Cidades

32 ônibus no prazo ‘máximo de validade’ passam a rodar em Cuiabá

Foto:Foto: Tchélo Figueiredo / Secom Cbá

A prefeitura de Cuiabá colocará mais 32 ônibus com a idade máxima permitida para rodar na Capital, ou seja, com quase quatro anos e meio (faixa etária definida por contrato com as empresas de transporte público). Os veículos de 2010 a 2012, que ganharam uma nova pintura e foram reformados, passarão a atender a população a partir deste sábado (5).

A medida segundo o secretário de Mobilidade Urbana, Tiago França é emergencial e atenderão as linhas da Norte Sul, empresa que teve toda sua frota reprovada durante fiscalização. “Para melhorar o sistema do transporte coletivo será realizado um ajuste operacional e o usuário não será prejudicado. É uma medida em caráter emergencial, até que um novo edital para o transporte público seja publicado até o fim do ano”, explicou França.

Moradores do bairro Pedra 90, em Cuiabá ameaçaram entrar com uma denúncia junto ao Ministério Público por conta da precariedade dos atuais ônibus que circulam no bairro. “De cada 10 ônibus que vem para o bairro, no mínimo três deles quebram por dia. Isso é um desrespeito com os usuários”, disse o líder comunitário Antônio Marcos (o Marco Baiano).

A frota atual que circula na Capital é de 372 ônibus e deste total, mais da metade (214 veículos) roda há mais de seis anos. São 103 ônibus operados pela Norte Sul, 192 pela Pantanal Transportes e 77 pela Integração Transportes. A última licitação realizada na Capital para o transporte público foi em 2002, com início da operação em 2003. Naquela época, o número de usuários transportados mensalmente era de 5,4 milhões. Atualmente, esse número subiu para 6,9 milhões, com número médio de 230 mil passageiros transportados diariamente.

Apesar de contrato firmado entre as empresas e a Prefeitura determinando a faixa etária máxima de quatro anos e meio, 50 veículos têm entre nove e dez anos, sendo usados diariamente por diversos usuários cuiabanos.

Além do mais, outros pontos firmados em contrato estão sendo descumpridos, como a climatização, que deveria ser realidade em 80% da frota; obrigação das próprias empresas de instalarem abrigos em todos os pontos de ônibus do município; e a acessibilidade, já que nem todos os 95% dos veículos que contam com o elevador para a entrada de portadores de necessidades especiais funcionam.

A promessa descumprida

No início deste ano, o transporte público de Cuiabá foi capa da edição número 525 do jornal Circuito Mato Grosso, onde o secretário Thiago França prometia que, após reunião com a Associação Mato-grossense dos Transportes Urbanos (AMTU), ficaria acertada a renovação de 50 veículos ainda no primeiro semestre deste ano e, ainda, a retomada da manutenção e limpeza dos terminais de ônibus localizados nos bairros CPA I e CPA III. 

Nova licitação do transporte público

O decreto assinado pelo prefeito em janeiro, além do reajuste na tarifa, cria duas comissões. Uma delas é composta por representantes da Secretaria de Mobilidade Urbana, do Instituto de Planejamento e Desenvolvimento e da Procuradoria Geral do Município. Ela terá até maio para entregar um estudo de viabilidade técnica e jurídica, a fim de se fazer uma nova licitação mediante concorrência pública visando à melhoria do serviço de transporte coletivo na capital. 

A última concorrência para concessão do transporte na capital aconteceu em 2004 e o prazo de vencimento era em 2012. Todavia, foi prorrogado até junho de 2019, para que as empresas sejam ressarcidas dos investimentos, evitando uma batalha judicial.

Mas a esperada licitação pode acabar sendo adiada, já que Mauro Mendes alega a necessidade de uma definição quanto à tarifação do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) para elaborar um novo processo licitatório que unifique os dois modais.

Poluição garantida!

Para piorar a situação os veículos antigos, que compõem a frota de ônibus de Cuiabá, poluem duas vezes mais que os novos coletivos. A declaração foi feita pelo coordenador Regional do Programa Despoluir, Carlos Corso, durante entrevista ao Circuito Mato Grosso no mês de abril. Na ocasião foi lançado pela prefeitura da capital o programa com apoio do Sesc Cemat e Fetramar (Federação das Empresas de Transporte Rodoviário) ‘Despoluir’. 

O coordenador explicou que a regulamentação de leis que obrigam os fabricantes de veículos a poluírem menos o meio ambiente, vem sendo aplicada a cerda de cinco anos. “Os veículos com seis ou sete anos poluem mais. Quanto mais novo menor é o índice de fumaça e poluentes que o veículo pode liberar”, disse.

Ulisses Lalio

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