Em entrevista exclusiva à BBC, Joseph Blatter, presidente da Fifa, entidade máxima do futebol mundial, refutou as acusações de que a organização é corrupta.
Ele atribuiu os desvios apontados pelo FBI a condutas isoladas de membros da Fifa.
"A instituição não é corrupta. Não há corrupção no futebol. Há corrupção com indivíduos. Não há uma corrupção generalizada e organizada", disse Blatter. "A Fifa não é corrupta, as pessoas que trabalham nela podem ser."
Em maio, no mais grave escândalo da história da Fifa, sete dirigentes da entidade foram presos na Suíça – entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin – por suspeitas de corrupção envolvendo somas milionárias, lavagem de dinheiro, suborno e formação de quadrilha.
Investigações conduzidas pelo governo americano revelaram um esquema de propinas de US$ 150 milhões (cerca de R$ 500 milhões) que envolveria altos dirigentes da entidade.
No mês seguinte, Blatter – que não foi diretamente citado no escândalo – renunciou a seu mandato, pressionado pelas denúncias. Ele continua no controle da entidade até a realização de eleições antecipadas.
Sobre a renúncia, disse que ela visa "proteger a Fifa".
"Eu posso me proteger, sou suficientemente forte", afirmou à BBC.
Questionado a respeito das suspeitas de desvios envolvendo o Comitê Executivo da entidade, Blatter disse que não pode responder pelos integrantes porque eles são eleitos pelas confederações regionais. "Não são a minha equipe, não sou moralmente responsável por eles", afirmou o presidente.
"No campo, é mais fácil controlar jogadores porque há limites físicos, de tempo, há um juiz. Fora do campo, não há isso.(…) O problema da Fifa – e essa é a reforma mais importante que temos de fazer agora – é a composição do Comitê Executivo, que não é eleito pela mesma entidade que elege o presidente. Tenho um ente governamental que não é eleito pela mesma entidade", afirmou.
Fonte: BBC BRASIL