Foto: Ednei Rosa
O delator Paulo César Lemes acredita que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) sabia sobre os desvios de R$ 8 milhões que aconteciam na Setas (Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social), supostamente comandados por sua esposa Roseli Barbosa. Ele cita o ex-gestor uma vez durante seu depoimento ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), no último dia 29 de junho.
A informação consta na decisão da juíza Selma Arruda, da Vara Criminal de Cuiabá cita a doação de R$418 mil reais ao candidato Lúdio Cabral (PT) durante a campanha de 2012. “Não menos grave do que esses detalhes revelados em sede de colaboração premiada. É o fato de ter surgido no cenário dos crimes em apuração a pessoa de Silvio César Araújo, chefe de gabinete do então governador Silval Barbosa – esposo de Roseli”, diz trecho da delação.
O assessor e braço direito de Silval, teria conversado com Roseli para que ela aceitasse pagar uma dívida de campanha com o dinheiro desviado (40% que cabia a gestora da Setas). “Roseli autorizou que o projeto [pagamento de R$ 418 mil] continuasse e que o quinhão desviado que coubesse a ela fosse usado para o empréstimo de campanha”, disse Lemes ao Ministério Público.
Selma Arruda alertou que o governador deveria ter conhecimento da gestão da secretária, já que era sua própria esposa que comandava a pasta. “Não menos grave é a notícia que parte dessa quantia parece ter sido direcionada a campanha política do candidato apoiado por Silval Barbosa. O que por si só corrompe o regime democrático”, argumentou a magistrada em seu pedido de prisão preventiva.
Além disso Selma disse que esse desvio foi um péssimo sinal, já que o assessor de Silval estava diretamente envolvido como os desvios e não teria autorizado a transferência da quantia sem o conhecimento do governador.
Outro lado
O govenador não atendeu aos telefonemas da Redação do Jornal Circuito Mato Grosso. Nem o advogado de Ulisses Rabaneda que está responsável pelo caso.
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