Política

Lúdio afirma desconhecer origem de doação de campanha

Após a acusação de ter recebido R$ 418 mil desviados de um esquema na Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas), para sua campanha eleitoral em 2012, o ex-vereador Lúdio Cabral (PT) afirmou ao Circuito Mato Grosso desconhecer a origem deste dinheiro e que todas as doações recebidas na época foram devidamente informadas a Justiça Eleitoral.

“Tomei conhecimento a partir das noticias que foram divulgadas de ontem para hoje. Mas não tomei conhecimento do conteúdo dessa delação premiada feita por esse empresário. Todas as doações que nós recebemos, foram declaradas na Justiça Eleitoral na nossa prestação de contas”, afirmou o político.

O nome de Lúdio acabou sendo envolvido nas investigações de desvios na Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Setas), após o empresário Paulo Lemes, prestar depoimento no dia 29 de junho ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), durante a operação Arqueiro – que investiga suposto desvio de R$ 8 milhões na Setas, durante a gestão da ex-primeira dama Roseli Barbosa, presa nesta quinta-feira (20) – e afirmar que R$ 418 mil desviados da Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Setas) teriam ido para a campanha do ex-vereador a Prefeitura de Cuiabá em 2012. 

O político afirma que irá solicitar formalmente o acesso ao conteúdo da delação premiade de Lemes, para tomar as devidas providências.

“Defendo que todo o conteúdo investigado nessa operação seja apurado com o rigor necessário. Como tomei conhecimento pelas notícias vou fazer um requerimento formal ao Ministério Público ao conteúdo desse depoimento”, declarou Lúdio ao Circuito.

Delação

Em depoimento ao Gaeco, o empresário afirmou que Silvio Cezar Correa Araújo (preso nesta quinta-feira), então chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), lhe pediu o dinheiro na presença do ex-secretário de Estado Eder de Moraes, então coordenador da campanha de Lúdio. Segundo Lemes, Silvio determinou que o montante deveria ser entregue a Eder, que faria a distribuição do valor aos candidatos a vereador, para obter apoio a campanha do petista, durante o segundo turno da eleição, disputada com o prefeito Mauro Mendes (PSB).

“Parte do dinheiro o interrogando [delator] entregou para Eder e outra parte pagou despesas em postos de gasolina e outras despesas, e parte do dinheiro deu diretamente para o Sílvio, em dinheiro”, diz trecho da delação.

Com o empréstimo, o valor de R$ 755 mil desviado no convênio “Qualifica Mato Grosso VIII” – cujo contrato era de R$ 3,4 milhões – foi repartido entre os membros do esquema com percentuais diferentes dos pactuados nas fraudes anteriores.

Segundo Lemes, habitualmente 40% do lucro obtido com os desvios ficavam com Roseli Barbosa, 36% para ele e os 24% restantes eram divididos entre o assessor de Roseli, Rodrigo de Marchi, e o empresário Nilson da Costa e Faria.

No entanto, como a porcentagem lhe garantiria R$ 180,4 mil, restando um crédito de R$ 237,5 mil, ele propôs que a então primeira-dama abrisse mão da parte dela (R$ 300 mil) para o empréstimo ser quitado.

Atualizada às 12h45min

Delator diz que Lúdio recebeu R$ 418 mil de desvios da Setas

 

Redação

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