Cidades

Há 80 dias em greve professores da UFMT entregam pauta a reitora

Os professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e dos demais campis do estado iniciaram nesta terça-feira (18) um série de eventos para debater sobre a greve na educação que já ultrapassa os 80 dias. Reunidos na sede da Adufmat (Associação dos Docentes da UFMT) o presidente do movimento, Reginaldo Silva de Araujo entregou a pauta de reivindicação da categoria a reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli.

O presidente da Adufmat cobra a realização de concurso público para a área e reposição salaria de 19% de forma integral. “Dobrou-se o número de alunos e manteve-se o número de professores, por isso, se faz necessário a realização de concursos. Em relação a pauta salarial estávamos pedindo 27%, mas hoje após várias discussões chegamos a 19%. Acho uma vergonha que a carreira docente não seja uma das 40 mais bem remuneradas do país. Pois se as melhores cabeças não estiverem aqui, não formaremos bons profissionais”, pontuou.

Além disso, Reginaldo falou também que a greve não tem previsão de terminar. “Vamos entregar a nossa pauta interna para a reitora, pois acreditamos que ela como presidente nacional dos reitores possa pressionar o governo no sentido de negociar o que nós estamos reivindicando. A mobilização continua e está ganhado força já são 47 campis, então isso mostra nossa união e fôlego”, concluiu.

A reitora da UFMT que também é a presidente do Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) disse que o governo está com o dialogo aberto e que até o final de agosto uma resposta deve ser dada. “Nós acreditamos que o quanto mais rápido se encaminhe as reivindicações do movimento, melhor será. Nós estivemos com Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) na semana passada e somos representantes da Andifes. Eles colocaram todos os processos de reivindicação e o governo está dialogando. Agora neste momento, há uma sinalização que as coisas possam se estreitar mais rapidamente, uma vez que o orçamento do MEC (Ministério da Educação) vai se encerrar no dia 31 de agosto. Então é o momento que precisamos ter celeridade nas negociações”, explicou Cavalli.

A greve nas 47 universidades federais do Brasil completa 80 dias hoje. Entre as prioridades do movimento, está a defensa da universidade pública de qualidade, investimentos e estrutura física, além da realização de concursos públicos. 

Greve

O governo propôs o reajuste de 21,3% divididos em 4 anos: sendo 5,5% em 2016, 5,0% em 2017, 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019. Os docentes pediam reajuste linear de 27,3% para janeiro de 2016, como uma reposição para as perdas salariais desde 2012. Contudo já baixaram o aumento para 19%, contudo de forma integral. Os professores pararam 100% das atividades e os técnicos mantiveram 30% dos serviços. Além de Cuiabá outros campis da UFMT no Estado (Cuiabá, Sinop e Barra do Garças), também aderiram a greve.

Ao todo, são 1.700 profissionais, incluindo professores e técnicos administrativos. Oito mil alunos estão sem aula. Assim como as outras duas instituições, os servidores do IFMT não têm previsão de voltar ao trabalho, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Roni Rodrigues.

Programação do dia

O dia 18/08 terá programação da manhã até a noite. Às 9h, os docentes entregam a pauta de reivindicações à reitora em ato público na Adufmat – Ssind. O documento será unificado, reunindo as demandas de todos os campi. Estudantes e técnicos da UFMT também devem participar do ato de entrega.  

Às 13h, os professores devem avaliar a greve em assembleia geral. Em seguida, às 16h, terá início a 1ª Reunião Sindical dos Campi da UFMT. A ideia é solidificar o contato entre os docentes para fortalecer a unidade sindical. 

A partir das 18h, o sarau cultural “Balanço de Greve” trará apresentações de música, dança e poesia para selar o dia de integração e reflexão da comunidade acadêmica. O evento será aberto a todos os interessados.

 

Ulisses Lalio

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