Um avião de passageiros da Indonésia transportando 54 pessoas perdeu o contato com o controle de tráfego aéreo neste domingo (16) na região leste da Papua-Nova Guiné, segundo a Agência Nacional de Pesquisa e Resgate da Indonésia (Basarnas).
"Não podemos confirmar que o avião caiu. Podemos dizer que perdemos contato com o avião", disse à Reuters o chefe da Basarnas, Bambang Soelystyo, por telefone.
As buscas foram suspensas por conta da chegada da noite e da baixa visibilidade, e serão retomadas apenas na próxima manhã, segundo a agência. O tempo é ruim na região, que é montanhosa.
De acordo com o perfil oficial da agência no Twitter, a aeronave pertencente à Trigana Air Service, um ATR 42, levava 44 passageiros adultos, cinco tripulantes e cinco crianças e bebês.
Ela havia saído do aeroporto Sentani, em Jayapura, capital de Papua, com destino a Oksibil. O voo teria duração prevista de de 45 minutos e teria desaparecido 30 minutos depois de decolar.
Dez minutos antes da hora da chegada, o avião contatou a torre de controle de Oksibil para pedir autorização para pousar, contou o capitão Beni Sumaryanto, diretor de operações da Trigana Air.
Mas o avião nunca chegou e, meia hora depois, a companhia aérea indonésia ordenou que outro aparelho fizesse o mesmo percurso para localizar o aparelho desaparecido.
"O tempo estava muito ruim, o avião não encontrou o outro e voltou para Sentani. Oksibil é uma zona montanhosa, onde o tempo é muito imprevisível. De repente, pode ficar nebuloso, escuro e com ventania, sem aviso prévio", explicou.
Um porta-voz da polícia de Papua, Patridge Renwarin, afirmou à TV local que alguns habitantes viram um avião cair e que as autoridades locais se dirigiam para a região para investigar o ocorrido.
"Suspeitamos claramente que é um problema relacionado com o tempo. Não se trata de uma superlotação, já que o avião podia transportar 50 passageiros", assegurou Sumaryanto.
O porta-voz do ministério dos Transportes, J.A. Barata, confirmou que o avião perdeu contato e disse que o aparelho tinha previsto chegar a Oksibil pouco depois das 3 da tarde, hora local (0h de Brasília).
"Ainda não estamos seguros do que aconteceu ao avião, estamos coordenando com as autoridades locais", afirmou à AFP.
"O tempo é agora muito ruim na zona, está muito escuro e nublado. Não é propício para uma busca. A área é montanhosa", acrescentou Barata.
O transporte aéreo é bastante usado em Papua, a província mais ao leste da Indonésia, onde viagens por terra são frequentemente impossíveis.
'Lista negra'
De acordo com a France Presse, a Trigana foi colocada na lista negra de companhias da União Europeia desde 2007, pelo número de incidentes registrados.
As aeronaves da empresa estão proibidas de passar pelo espaço aéreo europeu devido a preocupações sobre padrões de segurança.
A Trigana Air teve 14 sérios incidentes desde que começou a operar em 1991. A empresa é uma pequena companhia aérea que oferece voos domésticos para 40 destinos na Indonésia.
A companhia utiliza pequenos aviões na remota e montanhosa Papua, e as más condições climáticas causaram vários acidentes nos últimos anos.
Na quarta-feira (12), um avião Cessna da companhia indonésia Komala Air caiu no distrito de Yahukimo, na Papúa, matando uma pessoa e ferindo gravemente outras cinco. As autoridades consideraram que o mau tempo foi responsável pelo acidente.
O setor aéreo indonésio está crescendo rapidamente assim como a economia do país asiático, e cada vez mais as pessoas usam avião para se deslocar pelo país, um imenso arquipélago.
Mas as companhias aéreas têm dificuldade de encontrar técnicos e pilotos bem treinados para acompanhar o ritmo de crescimento do setor.
Outros acidentes no país
Um avião da AirAsia que viajava da cidade indonésia de Surabaia para Cingapura caiu em dezembro do ano passado no mar de Java durante uma tempestade, matando os 162 ocupantes. O Airbus desapareceu cerca de 40 minutos após decolar.
Em junho deste ano, mais de 140 pessoas morreram na queda de um avião militar Hércules na Indonésia. O avião decolou de uma base militar e explodiu dois minutos depois sobre uma zona residencial.
Fonte: G1