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Cabeleireira diz ter sido expulsa de lanchonete por ser transexual

 

A Polícia Civil investiga o caso de uma cabeleireira que diz ter sido expulsa de uma lanchonete em São Lourenço (MG) por ser transexual. Ela afirma que foi colocada para fora do estabelecimento por estar demorando demais a fazer o pedido.

"Enquanto eu estava na internet, o dono do estabelecimento chegou e observou que eu estava sentada ali. Acho que na cabeça dele, ele estava achando que eu não estava consumindo nada. Aí ele falou para os funcionários que eu não iria comer nada, pra não vender nada pra mim, porque pessoas como eu não eram bem-vindas no estabelecimento comercial", disse a cabeleireira, que não quis ser identificada.

A lanchonete fica perto do salão onde a cabeleireira trabalha. Segundo ela, após se recusar a sair do local, o dono guardou o refrigerante que estava com ela, a expulsou e baixou as portas.

Queixa
A cabeleireira afirma que, mesmo com medo de uma possível agressão, permaneceu do lado de fora da lanchonete e chamou a Polícia Militar para registrar um boletim de ocorrência. No documento oficial, o caso acabou sendo registrado como um atrito verbal.

Biovane Ribeiro, advogado do dono da lanchonete, diz que ele não agiu com preconceito e que só queria fechar o comércio.

"Se é preto, branco, se é homossexual, se não é, é indiferente. É cliente, então jamais. O que aconteceu realmente fica bem fácil de se provar pelo próprio boletim de ocorrência, já que ultrapassado o horário de fechamento do local, a cliente insistiu em permanecer no estabelecimento comercial", disse o advogado.

Já para o advogado da cabeleireira, Elias de Oliveira Souza, o dono da lanchonete pode responder não só por preconceito, mas também por ter desrespeitado o direito do consumidor.

"Na esfera criminal, seria o crime praticado pela opção sexual dela. E na esfera cível, está previsto no Código de Defesa do Consumidor que o proprietário ou funcionário não pode expulsar uma pessoa de um estabelecimento comercial", disse Souza.

A cabeleireira relatou o ocorrido redes sociais, onde a história teve grande repercussão. Várias pessoas compartilharam e deixaram comentários sobre a suposta humilhação. "Você não precisa aceitar, você só tem que respeitar e é respeito que a gente pede", afirmou a cabeleireira.

Fonte: G1

Redação

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