Há uma boa safra de escritores indígenas dedicados à literatura infantojuvenil e publicados por diversas editoras, inclusive grandes como Martins Fontes, Paulinas e FTD, Companhia das Letras e outras.
Esse interesse se deve, em parte, à Lei 11.645, aprovada em 2008, que criou a obrigatoriedade de se tratar a temática indígena e afro-brasileira no currículo escolar brasileiro. Mas também é possível que nomes como Daniel Munduruku, Graça Graúna, Yaguarê Yamã e Olívio Jekupé estejam ganhando as prateleiras das livrarias do país graças a suas vendagens, turbinadas recentemente pelas compras governamentais, via PNBE (Programa Nacional Biblioteca da Escola).
Olívio Jekupé é escritor de literatura indígena, contos, poesias, romance e textos críticos. Mora na aldeia Krukutu, em Parelheiros (SP), mas é natural do Paraná e foi lá que iniciou seus primeiros escritos.
Publicando desde 2001, Jekupé é autor de um total de 11 livros. Uma das obras de Jekupé é a Ajuda de Saci, na qual ele apresenta a lenda do protetor da floresta, que muitos não sabiam que veio dos guaranis. Em suas histórias, o escritor fala de mitos e de como muito da cultura brasileira – o chimarrão, o churrasco, o açaí, a farinha de mandioca, entre outros – veio dos primeiros habitantes do continente.
Tekoa: conhecendo uma aldeia indígena retrata a história de um Juruá Kurumim, um garoto que conhece e pode observar toda a cultura daquela comunidade indígena. A leitura desse livro e de outros do escritor certamente enriquecerá o universo do leitor, que terá a oportunidade de conhecer um pouco sobre as raízes indígenas, tão importantes na formação de nossa gente.
Muito do que esta geração de autores indígenas faz é verter para o papel as lendas e histórias dos povos indígenas, repletas de conteúdos éticos e morais, que eram transmitidas oralmente para suas crianças há séculos, com clara função educativa.