O tratamento antecipado do Alzheimer poderia ajudar a frear os sintomas de casos moderados da doença, concluiu um estudo apresentado nesta quarta-feira (22) sobre uma nova fase de testes do remédio Solanezumab, da multinacional Eli Lilly, durante a AAIC (Conferência Internacional da Associação de Alzheimer), que acontece esta semana em Washington.
Até o momento, o Solanezumab e Aducanumab, este último da empresa Biogen, são os dois medicamentos mais promissórios para lutar contra o Alzheimer, uma doença que ainda não tem cura e cujo tratamento está cada vez mais voltado à detecção antecipada através de sintomas associados.
De acordo com a diretora de pesquisa da Eli Lilly, Hong Liu-Seifert, o medicamento "melhorou e conta agora, pela primeira vez, com uma metodologia estatística" que permite aos especialistas determinar como aprimorar o uso do fármaco.
Após várias fases de testes clínicos, a equipe de Hong Liu-Seifert conseguiu determinar com mais confiabilidade estatística que iniciar o tratamento antecipado da doença — até 28 semanas antes — pode ajudar a manter a qualidade cognitiva que em outros casos se perderia.
Segundo a diretora, com o passar do tempo, poderão ser acumulados mais dados de análises clínicas para determinar se é adequado iniciar o tratamento para conter o Alzheimer, inclusive antes da doença se manifestar.
O Solanezumab é um anticorpo monoclonal que atua como protetor neuronal para evitar a ação de uma proteína que foi identificada como o detector precoce do Alzheimer, a amiloide cerebral.
Estas proteínas começam a se acumular no cérebro e indicam os primeiros sintomas do Alzheimer, que provoca a perda de memória.
Conforme explicou Hong Liu-Seifert, a identificação antecipada da predisposição a desenvolver este processo é fundamental para poder controlar a doença a tempo, que costuma se manifestar a partir dos 60 anos e afeta, aproximadamente, 35 milhões de pessoas no mundo e 1,2 milhão no Brasil.
Fonte: R7