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Uber tira carros da rua e aumenta qualidade de vida

Ameaçado de ser proibido em São Paulo e no Distrito Federal por ser considerado prática ilegal de táxi, o Uber vive situação que, segundo um de seus diretores, Fábio Sabba, é baseada em uma “mentira”.

“Até 2010, a gente não tinha legislação específica para redes sociais e para conteúdos gerados por usuário. Chamaram legislador, especialista, empresa, usuário. E com toda essa discussão em público, surgiu o Marco Civil da Internet. Queremos uma discussão aberta”, afirma Sabba ao G1. Ele é porta-voz do serviço alternativo de transporte no Brasil. Para o executivo, o Uber tira carros da rua e aumenta qualidade de vida.

G1: O Uber fechou 2014 como a maior startup do mundo, com valor de mercado de US$ 50 bilhões, mas com conflitos por onde passou. Como conseguem atrair a atenção dos investidores com tantos insatisfeitos no encalço?

Fábio Sabba: O modelo da Uber é muito benéfico, tanto para os usuários quanto motoristas. E todo o modelo funciona muito bem. É por isso que os investidores se interessam.

G1: Esse sucesso junto a investidores tem sido benéfico para consumidores?
Fábio Sabba: Aqui no Brasil, tinha gente que só trabalhava com transporte executivo e agora tem um jeito a mais de ganhar dinheiro quando estão ociosos. Tem, por exemplo, mães que trabalham enquanto os filhos estão na escola. Por conta do Uber, elas têm um trabalho flexível e podem trabalhar só nesse período de cinco horas. Tem gente que estuda de manhã e trabalha a noite e, quando tem uma semana de prova, pode não trabalhar que é ok, porque tem menos tempo disponível. Do lado do usuário, o que a gente vê é que 85% dos usuários de Uber em São Paulo tem pelo menos um carro.

G1: Os taxistas da França organizaram uma manifestação que, junto das críticas das autoridades francesas, fez o Uber recuar e acabar com o serviço de baixo custo no país. No Brasil, taxistas protestara em SP, MG, RJ e DF em abril. Ao que você atribui essa onda de fúria dos taxistas contra o Uber?
Fábio Sabba: Na verdade, a gente acha que é algo mais da plataforma do que qualquer outra coisa. A inovação vem para fazer com que toda sociedade melhore. Todos sempre ganham com a inovação, não é só um grupo ou algumas pessoas. Faz a vida de todo mundo ficar melhor. O que a gente precisa para explicar tudo isso é mais debate. A gente vai conseguir mostrar que a plataforma quer na verdade ajudar a diminuir o trânsito e a gerar renda para as pessoas.

G1: Mais de 20 motoristas já tiveram seus carros apreendidos na capital de SP. O secretário de transportes de SP disse que pediu ao Estado para que a PM prenda os motoristas. Que tipo de ajuda o Uber dá a esses motoristas?

Fábio Sabba: A gente não concorda com isso que está acontecendo. As coisas estão sendo feitas baseada em uma mentira. Quando a gente fala de Uber, a gente não fala de táxi, a gente está falando de um novo sistema que não existia até poucos anos atrás. Então, pensar em encaixar o Uber na legislação existente é mais ou menos a mesma coisa que você tentar comparar Netflix e TV. São dois serviços distintos. A gente dá todo suporte que um motorista pode ter para que ele consiga continuar trabalhando.

G1: SP e DF aprovaram projetos de leis para proibir aplicativos de transporte como o Uber. O secretário de transportes de SP, Jilmar Tatto, chamou o serviço de 'criminoso' e 'clandestino', o que indica que a lei deve entrar em vigor. Como o Uber encara a possibilidade de ser proibido de operar na maior cidade do país e em Brasília?

Fábio Sabba: Primeiro, a lei de SP foi votada só em primeiro turno. Tem mais uma votação e a sanção do prefeito. Lá em Brasília, falta a sanção do governador. Não dá para comentar antes. O que importa é que uma campanha que fizemos para as pessoas acionarem os vereadores [de São Paulo] já rendeu 300 mil e-mails. Elas falavam, basicamente, que queriam ter o direito de escolher como andar pela cidade. É uma mensagem muito forte.
G1: Ainda que em primeiro turno, o projeto de lei em SP teve votação expressiva. De 48 votos a 1.

Fábio Sabba: O mais importante nesse momento é a gente começar a discussão sobre a tecnologia. A tecnologia funciona super bem na sua cidade quando você consegue colocar todo mundo na mesma página, para ver quais benefícios cada parte vai ter. Um exemplo bom parecido com isso foram as redes sociais. Até 2010, a gente não tinha legislação específica para redes sociais e para conteúdos gerados por usuário. Chamaram legislador, especialista, empresa, usuário. E com toda essa discussão em público, surgiu o Marco Civil da Internet. Queremos uma discussão aberta. A gente quer criar uma regulação focada em inovação. Imagina se nos anos 2000 tivessem proibido o Skype? Todos os outros aplicativos de Voz sobre IP (VoIP) que vieram depois, Hangouts, WhatsApp, tudo isso não teria existido.

G1: Foram implantadas na Índia ferramentas para aumentar a segurança dos usuários, por determinação do governo após um caso de estupro. Pretende trazer esses serviços para o Brasil?

Fábio Sabba: A gente já tem várias funções que são únicas para o Brasil. A gente tem o Twillo, que é uma plataforma de anonimização de número. Quando você chama um motorista pela Uber, você clica em um botão e cai em uma central que mistura o número e liga para o motorista. Você consegue garantir a privacidade do usuário e do motorista.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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