Se em Cuiabá o Plano Municipal de Educação (PME) gerou polêmica, em Várzea Grande ele sequer foi redigido. O que plano prevê as ações, estratégias e projetos para a educação no município para a próxima década teve um ano para ser elaborado. Para piorar a situação, que já era difícil, o prazo para entregá-lo ao Ministério da Educação (MEC) acabou na última quarta-feira (24).
O plano deveria ser redigido, discutido e reformulado junto a fóruns, simpósios de educação e contado com a ajuda de todos os setores da sociedade. Contudo na cidade Industrial a Secretaria de Educação (que é responsável pela elaboração do PME), não se atentou para os prazos e agora poderá receber duras sanções do MEC. Como conrte de verbas e exclusão de benefícios oferecidos pelo Ministério da Educação.
Com amargura nas palavras a vice-presidente do Sintep-VG (Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública em Várzea Grande), Maria Aparecida Arruda Cortez disse que a situação é vergonhosa no município. “Infelizmente Várzea Grande é conhecida no nosso estado como um dos municípios mais atrasados nas questões legislativas, no cumprimento dos direitos e agora na falta de educação. Não aconteceu o debate sobre o plano, não houve discussões que vão nortear nossas ações na educação nos próximos 10 anos”, explicou a sindicalista, por telefone.
Ainda conforme Maria Cortez, o que acontece na educação é um reflexo do descompromisso dos gestores com a população e dos legisladores na cobrança de ações. “No fim das contas é um caos o que está acontecendo em Várzea Grande. Nós como educadores, eleitores e cidadãos dessa cidade sentimos imensa tristeza com esse desleixo”, desabafou a vice-presidente.
Outro lado
Em resposta aos questionamentos, a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Zilda Pereira Leite de Campos disse que ao assumir o cargo (aproximadamente um mês atrás) o executivo ‘tomou pé’ da situação e logo enviou um oficio ao MEC. No documento foi explicado a situação adversa do município e pedido uma prorrogação para conclusão do PME. Contudo, ainda segundo a secretaria, uma comissão técnica já está trabalhando para tentar entregar um projeto sobre as metas na educação.
A assessoria de imprensa disse também que um projeto chegou a ser iniciado no município em 2014, contudo no meio do caminho a empresa que foi contratada acabou sendo excluída do processo. Com sua saída todos os estudos foram levados e o PME voltou a ‘estaca zero’. "A gestão municipal contratou a empresa Uniselva, com registro em Mato Grosso para prestar a consultoria necessária na elaboração do plano, mas por não consolidar a legalização da inclusão da empresa na prestação do serviço, ocorreu o atraso no andamento da elaboração do plano", diz trecho da nota.
A Secretaria aguarda o parecer dos órgãos e espera formalizar a entrega do Plano Municipal de Educação para apreciação e aprovação na Câmara Municipal de Vereadores até o mês de agosto deste ano. A Secretária de Educação, Zilda Pereira Leite de Campos, informa ainda que não se responsabiliza pela perda de prazos de gestões anteriores, porém vai continuar trabalhando incansavelmente para resolver todas as demandas, em prol de uma educação de qualidade e fortalecida para Várzea Grande.
Câmara Municipal
A Câmara Municipal ao invés de cobrar a elaboração do PME, com seu poder de fiscalização, nada fez a respeito da inércia do Executivo. Seja no governo do Prefeito cassado, Walace Guimarães (PMDB), seja da Lucimar Campos (DEM) que assumiu o cargo este ano, após escândalos do peemedebista.
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