Foto: Secom Câm. Mun.
O autor da Lei Municipal nº 5.940 que criou o feriado do Dia do Evangélico em Cuiabá, vereador Marcrean Santos (PRTB), está descontente com os seus colegas parlamentares que decidiram aprovar uma emenda que tornou a data como ponto facultativo, desobrigando, por exemplo, que o cómercio fosse obrigado a fechar as portas.
Na sessão noturna desta quinta-feira (25), o vereador chegou a chamar seus pares de covardes por duas vezes, enquanto estava no plenário. O descontrole de Marcrean pode até mesmo ser punido pela Comissão de Ética da Casa, que é composta pelos vereadores Toninho de Souza (PSD), Adevair Cabral (PDT) e Chico 2000 (PR).
A maior curiosidade sobre a polêmica lei foi que na noite de ontem, durante votação simbólica de segunda fase, na qual o vereadores deveriam avaliar a emenda que tornou o feriado ponto facultativo, Marcrean acabou votando a favor da mudança que vem criticando. Desta forma a emenda foi aprovada com apenas um voto contrário, do vereador Chico 2000 e será enviada para a sanção do prefeito Mauro Mendes (PSB).
Ao Circuito, Marcrean assumiu ter se atrapalhado no momento da votação. “Eu acabei chegando atrasado no momento da votação, pois estava atendendo representantes da comunidade. Quando entrei no plenário estava sem a pauta e acabei não entendendo a votação.
O vereador se mostrou profundamente descontente com seus colegas vereadores e afirmou que irá reunir todos os presidentes de igrejas evangélicas e colher assinaturas para um abaixo assinado, o objetivo é que o feriado do Dia do Evangélico seja garantido.
“Estou entristecido. O projeto de lei [da criação do feriado] ficou seis meses para ser aprovado. O veto do Executivo foi derrubado com apenas um voto contrário, mas uma semana depois eles mudaram de opinião”, lamentou Marcrean.
O vereador ainda questionou a atuação de seus colegas, que após aprovarem a criação do feriado voltaram atrás e decidiram modificar a lei. “O que levou a mudarem de opinião, eu não sei”, afirmou.
O parlamentar completou que iá procurar o prefeito Mauro Mendes para discutir a lei, além disso, ele garantiu que buscou a realização de uma audiência pública para debater o feriado municipal, porém a ideia não foi aceita pela Câmara.
Emenda
A criação do Dia do Evangélico em Cuiabá gerou polêmica e reclamação dos lojistas do município. O decreto de mais um feriado municipal agradou a comunidade evangélica, porém causou a revolta de comerciantes, que diante a crise econômica, teriam que ficar mais um dia de portas fechadas.
A emenda aprovada ontem é de autoria do vereador Onofre Júnior (PSB) e atende a reivindicação da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL), transformando o feriado estipulado para o dia 31 de agosto, em ponto facultativo.
A primeira votação da emenda aconteceu na terça-feira (23), com 14 votos favoráveis, sete contrários e quatro ausências.
O autor da lei, Marcrean Santos, apresentou outra emenda, que não foi aprovada. A proposta era pela alteração da data estipulada para o feriado de 31 de agosto para a última segunda-feira do mesmo mês.
Feriado polêmico
O Dia do Evangélico foi aprovado por maioria absoluta na Casa de Leis. No entanto, o prefeito Mauro Mendes (PSB) vetou parcialmente a proposta de autoria do vereador Marcrean Santos. O socialista barrou apenas o fato de o dia virar feriado na Capital.
Os vereadores do Parlamento Municipal, por sua vez, derrubaram o veto parcial e o presidente Júlio Pinheiro (PTB) sancionou o projeto de lei, qual foi publicada no Diário Oficial de Contas do dia 09 de junho.
A pedido da CDL, Dia do Evangélico será ponto facultativo em Cuiabá