Nem os próprios jogadores da seleção alviceleste conseguem dizer o contrário: até Lionel Messi, na única entrevista que concedeu até agora em solo chileno, admitiu que seu time é o candidato número 1 ao troféu . O Brasil está em uma sequência incrível de vitórias, o ótimo Chile joga em casa, a Colômbia tem um timaço… mesmo assim, entenda por que os argentinos largam na frente:
1. Copa engasgada
Jogadores e imprensa ainda não engoliram a derrota para a Alemanha na final da Copa do Mundo de 2014. O fato de ter chegado tão perto da principal glória do futebol mundial ficou "entalado" na garganta do elenco, o que se nota a cada vez que algum jogador fala sobre as chances de título na Copa América. A motivação para levantar um troféu será imensa. Além disso, é claro, o fato de ter sido vice-campeão mundial há apenas um ano é mais que suficiente para credenciar a seleção à conquista continental.
2. Jejum de 22 anos
A pressão e a expectativa por um título desta geração de jogadores da Argentina está atingindo seu ápice. O último troféu levantado pela seleção principal foi há 22 anos, na Copa América de 1993. E as recentes decepções com a Copa América de 2011, perdida em casa, e com a Copa do Mundo de 2014, que acabou com o vice, aumentaram as cobranças por uma taça. Os jogadores sabem que essa é a melhor chance deles.
3. Base mantida
O elenco que vai disputar a Copa América é praticamente o mesmo que foi vice-campeão do mundo há um ano. No time titular, por exemplo, Demichelis e Enzo Pérez devem ser as únicas mudanças. O entrosamento do time se manteve em alta mesmo com a troca de treinador – saiu Alejandro Sabella, entrou Tata Martino –, e, com um estilo mais ofensivo, a Argentina hoje é um time que pode acuar o adversário por 90 minutos.
4. Fase recente
Os três amistosos da Argentina em 2015 animaram, com atuações consistentes e lampejos espetaculares no ataque. Foram vitórias convincentes sobre El Salvador, Equador e Bolívia – os dois últimos, possíveis adversários na Copa América. Tata Martino já tem seu time ideal na cabeça, e os atletas estão muito confiantes.
5. Grupo difícil
A Argentina terá logo de cara dois adversários complicados no Grupo B: estreia contra o Paraguai e depois já faz um dos maiores clássicos do mundo diante do Uruguai, fechando a primeira fase contra a incógnita Jamaica. Ficar em primeiro da chave deixaria a equipe ainda mais fortalecida para o mata-mata. Com uma chance de eliminação quase nula, já que avançam ainda os dois melhores terceiros colocados, começar com "pedreiras" pode ser bom.
6. Elenco estelar
Martino pode começar a Copa América tendo como opções de ataque no banco de reservas Tevez, Higuaín e Lavezzi. Nada mal, não? Do meio para frente, as alternativas da Argentina são melhores que qualquer outra seleção. Com nomes como Messi, Di María, Agüero e Pastore, não faltam alternativas e atletas decisivos para resolver partidas difíceis em momentos de brilho.
7. Claro… Messi
Deixando o melhor para o final: Lionel Messi está em uma das melhores fases de sua carreira aos 28 anos. Após duas temporadas de uma leve queda de rendimento, nas quais Cristiano Ronaldo retomou a coroa de melhor do mundo, o argentino recuperou a explosão física dos velhos tempos, voltou à sua posição original na direita do ataque e ganhou tudo na temporada com o Barcelona. Agora, está louco para triunfar com a Argentina e caminha a passo largos para a quinta Bola de Ouro da carreira. Alguém segura?
Bônus: desta vez, não deve ter Brasil na final
É bom lembrar o que aconteceu em duas recentes ocasiões em que a Argentina chegou como grande favorita à Copa América: duas derrotas épicas em finais para o Brasil. Em 2004, um time alternativo com Adriano como protagonista desbancou os argentinos de forma dramática, e em 2007, uma equipe sem estrelas sob o comando de Dunga fez 3 a 0 em cima de do balado arquirrival.
Desta vez, porém, a Argentina não deve pegar o Brasil na decisão. As duas seleções vão se encarar na semifinal caso passem em primeiro de seus grupos e avancem nas quartas. Alívio para os argentinos? Talvez, mas no último amistoso, deu 2 a 0 para o Brasil. A equipe alviceleste ainda é a favorita ao título, mas terá um grande obstáculo pelo caminho.
Fonte: Terra