Um morador do município de Campo Novo do Parecis, a 397 km de Cuiabá, foi condenado a 24 anos e seis de prisão, por matar o próprio filho de apenas um ano de idade com golpes de canivete. O crime ocorreu em janeiro de 2012 e o réu, de 32 anos, enfrentou Tribunal do Júri, no Fórum da cidade. Na denúncia do Ministério Público Estadual, o fato teria ocorrido após uma discussão entre o pai e mãe da vítima, que terminou na morte do bebê, atingido com 12 golpes de canivete.
Rosenildo Prado já havia declarado em depoimento que não se lembrava do que tinha ocorrido e nem que havia matado o próprio filho. Ele está preso na Cadeia Pública de Campo Novo do Parecis. Durante a audiência, que durou quase quatro horas, testemunhas de acusação relataram a frieza do acusado na prática do crime. Uma delas contou que após ter matado o filho, Rosenildo teria arremessado o corpo da criança contra a porta da residência e gritado: “Vocês querem isso aqui? Isso aqui já era”.
O júri considerou que a criança foi morta por motivo torpe, sem chance de defesa. “Neste contexto, no caso em apreço, verifica-se, no tocante à culpabilidade, um alto grau de reprovação, com um dolo excessivo do réu em alcançar o resultado morte, notadamente diante da quantidade de golpes que o mesmo desferiu em uma criança de apenas um ano e dois meses de idade”, ressaltou a juíza Lidiane de Almeida Anastácio, da Primeira Vara Criminal de Campo Verde.
A reportagem tentou falar com a defesa do acusado, mas as ligações não foram atendidas. O assassinato do bebê teria ocorrido após uma briga dos pais da criança. A mulher foi agredida e, com medo, fugiu para a casa de um vizinho. Em seguida acionou a polícia. Nesse momento, segundo a polícia, o suspeito fez o próprio filho de um ano e dois meses como refém. Conforme o Ministério Público Estadual, Rosenildo agrediu a mulher porque se sentia desprezado por ela.
O homem matou o bebê com 12 golpes de canivete e só foi preso após 4 horas de tentativa de negociação com a polícia e familiares. Ele resistiu à prisão e ainda mordeu a perna de um policial que participava da ação. Na época, ele foi levado para a delegacia e, ao ser interrogado, afirmou não se lembrar do que havia feito. O julgamento de Rosenildo foi marcado duas vezes em 2013 e 2014 e desmarcado pela defesa do réu, que pediu para que ele passasse por exames neurológicos e psiquiátricos.
(G1)