Nesta terça-feira (26) os motoristas de ônibus do transporte coletivo de Cuiabá anunciaram greve por tempo indeterminado. Somente 30% dos veículos devem ir as ruas da capital o que deverá causar grande tumulto nos pontos de paradas. A categoria quer um reajuste salarial, além de alguns benefícios como comissão e vale alimentação, contudo as empresas estão relutantes em atender as reivindicações.
O Presidente do Sindicato dos Motoristas (STETTCR) Ledevino da Conceição disse que após exaustivos debates entre os sindicalistas, representantes das garagens e trabalhadores não teve um consenso entre as partes. “Foi deliberado algumas condições que serão inegociáveis para se evitar uma greve. Como salário de motorista de R$ 2000, comissão de R$ 250, vale alimentação R$ 150 e 10% para os demais trabalhadores”, disse o líder sindical.
O setor patronal ofereceu o reajuste de apenas 8,34% sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o que desagradou os trabalhadores da área. “Nós não iremos ‘arredar o pé’, pois precisamos que eles atendam as pauta de reivindicação oferecida”, finalizou Ledevino.
Outro lado
Em nota, as empresas de transporte coletivo declararam que já negociaram com os motoristas. As instituições ressaltaram que cálculos sobre os salários com base no INPC, acumulado nos últimos 12 meses, deram no aumento de 8,34%. Deste modo, não será possível atender as reivindicações da classe.
“Com inflação mais alta e o passo mais lento da economia, o ambiente para as negociações salariais está mais difícil. Dados relativos a acordos e convenções coletivas registrados no Ministério do Trabalho (MTE) nos três primeiros meses do ano mostram aumento no número de negociações que terminam sem que o trabalhador consiga sequer repor as perdas geradas pela inflação. Ao mesmo tempo, há uma redução gradativa no percentual do reajuste acima da inflação, das categorias que conseguem obter algum ganho real”, declararam em texto.