Foto Andrea Lobo
Não bastassem as obras inacabadas do viaduto Santa Rosa, usuários também têm que enfrentar mais um obstáculo na região, que é considerada uma das mais movimentadas da capital. Em fevereiro deste ano, uma das vias laterais da Avenida Miguel Sutil precisou ser interditada depois de uma cratera se abrir devido a uma escavação irregular. O trecho se encontra interditado desde então, o que tem gerado dores de cabeça para quem necessita da via.
Quando a população imaginava que os problemas da região estavam próximos de serem resolvidos, eis que uma obra irregular coloca a acessibilidade do viaduto em xeque. Uma das promessas para a Copa do Mundo de 2014, ainda se encontra sem tempo definido para ser finalizada. Agora, com a formação desta nova cratera, a dúvida se intensifica ainda mais.
Moradora do bairro Village Flamboyant, a jornalista Bruna Pinheiro faz o trajeto que passa pelo viaduto diariamente para ir ao trabalho, que fica localizado na Avenida do CPA. Ela revelou que antes da interdição demorava cinco minutos no máximo para passar pelo local. Atualmente, gasta cerca de 20 minutos: “Dá muita raiva passar naquela avenida. Primeiro foram os meses esperando até que a trincheira ficasse pronta. Era horrível voltar para casa todo dia e ter de pegar aqueles desvios malucos. Agora a obra ficou pronta, mas estragou e ninguém arruma”.
Ela ainda pontuou sobre a falta de posicionamento por parte da Defensoria Pública, que garantiu a entrega das obras o mais breve possível: “Até onde eu sei, a Defesa Civil falou que foi o proprietário do terreno que fez uma obra irregular, mas eles mesmos disseram que iam arrumar por causa do risco, mas até agora nada. Tudo parado do mesmo jeito. O povo está fazendo estacionamento no meio da avenida. Fica tudo uma zona e ninguém faz nada”.
Além do transtorno que o buraco trouxe aos motoristas que passam na região, outro agravante foi identificado: a cratera se tornou também depósito de lixo. No local, pode-se perceber um grande volume de dejetos descartados, além de sacos plásticos que são ali depositados.
Moradora das proximidades, a dona de casa Maria Luzia Ribeiro disse que sempre passa pela rua para fazer caminhadas diárias. Ela reclamou da sujeira que vem se acumulando no local e revelou que se preocupa com o lixo acumulado. “É um absurdo isso. Já sofremos com o descaso do poder público e agora temos de sofrer com a sujeira de gente que não é capaz de colocar seu lixo no lugar certo. As pessoas esquecem que também têm responsabilidades como cidadãos, não é só a Prefeitura ou o Estado. Depois reclamam que há corrupção, mas não são capazes de fazer o mais básico, que é colocar o lixo no lugar certo”.
Gerente de uma farmácia, localizada na mesma via interditada, Janis Andrade relatou que o estabelecimento saiu muito prejudicado após a interdição da rua. O prejuízo mensal, desde que o asfalto cedeu, chegou a 30%: “Atrapalhou bastante, porque os clientes têm que fazer um desvio grande no bairro para poder ter acesso à farmácia. E eles sempre reclamam, e com razão, porque têm de fazer esta volta toda para vir aqui. Teve clientes que até deixaram de frequentar a farmácia por causa dessa interdição, e o pior é que não sabemos nem quando vai ser liberada”.