A CPI da Petrobras terminou de ouvir nesta terça-feira (12) os 14 investigados da Operação Lava Jato que estão presos no Paraná. Durante quase sete horas de sessão, foram interrogados sete pessoas, dentre eles, três ex-deputados federais. Com as oitivas, chega ao fim a passagem da CPI em Curitiba, que volta a se reunir na quarta (13) em Brasília.
Foram ouvidos nesta terça-feira:
– Nelma Kodama
– Rene Luiz Pereira
– Luiz Argôlo
– André Vargas
– Pedro Corrêa
– Carlos Habib Chater
– Ricardo Hoffmann
De início, apenas a doleira Nelma Kodama, já condenada em um dos processos da Lava Jato, afirmou que responderia às perguntas dos parlamentares, com algumas restrições. No entanto, mesmo tendo dito que não responderiam às questões, os demais depoentes chegaram a falar diante de alguns questionamentos dos membros da CPI. A maior parte das respostas foi sobre o relacionamento dos investigados com o doleiro Alberto Youssef.
elma Kodama
A doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama, acusada de atuar em parceria com Alberto Youssef no esquema, disse que 200 mil euros apreendidos com ela no Aeroporto de Guarulhos não estavam na calcinha, conforme a acusação do Ministério Público Federal.
De acordo ela, dois pacotes com notas altas de euros estavam escondidos em dois bolsos na parte de trás da calça jeans que ela usava. "Eu me sinto injustiçada porque fui presa no dia 14 de março, que eu estava indo a Milão, não estava fugindo do país", disse. Durante seu depoimento, Nelma ainda se levantou e mostrou como teria guardado o dinheiro no bolso.
Ainda durante o seu depoimento, o deputado Altineu Côrtes (PR-RJ) perguntou se Nelma tinha sido amante do doleiro Alberto Youssef. "Eu vivi maritalmente com Alberto Youssef do ano de 2000 a 2009. Amante é uma palavra que engloba tudo. Amante é esposa, amante é amiga", respondeu a doleira. No final da resposta, Nelma ainda brincou e cantou um trecho da música "Amada Amante", de autoria de Roberto Carlos.
Nelma Kodama também declarou que nunca teve nenhum contato com o PT ou outro partido político. "Meu desejo é que a CPI possa chegar a uma conclusão, que os culpados sejam culpados e que tudo isso [o sistema] seja mudado", disse a doleira investigada. Ela revelou que tenta obter um acordo de delação premiada, e que não poderia responder a algumas perguntas.
Fonte: G1