A delegada Ana Cristina Feldner da Delegacia contra Crimes Econômicos (Decon) pediu a Justiça, nesta terça-feira (5), a prisão preventiva da decoradora Emanuely Felix Lucena e seu marido Rafael Lucena, após conclusão do inquérito que arrolou 53 vítimas no processo criminal contra o casal. O golpe ultrapassou a cifra dos R$ 800 mil em prejuízos aos noivos, floriculturas e outros fornecedores da capital, quando a empresária fugiu sem dar satisfação e deixou de cumprir com seus contratos.
A delegada disse que Emanuely agiu deliberadamente, já que mesmo em crise continuou a fechar contratos. “Nesses casos quando não se vai bem nos negócios, é aconselhável que a pessoa pare e procure ajuda do governo, assessoria do Sebrae ou empréstimos para tentar arcar com os contratos já feitos. E não que desapareça da cidade sem explicar nada a ninguém”, explicou Feldner.
Conforme consta na investigação da Decon, a empresária não contava com auxílio de um contador, nem assessoria jurídica para administrar a empresa. “As vezes as pessoas jovens confiam no seu talento e vão levando. Mas no nosso mercado em crise, só isso não basta. É preciso seriedade e não ir se aventurando em um negócio e depois fugir”, comentou a responsável pelo inquérito.
Segundo Ana Cristina por conta da gravidade dos crimes e do clamor popular, pois a decoradora deixou várias famílias desesperadas, é indispensável fazer o pedido de prisão dos envolvidos no caso. “Se essa moda pega, estamos fadados ao caos. Não podemos deixar de ouvir o clamor das noivas e a justiça deve ser feita. Para que outros fornecedores não sigam o exemplo da Emanuely e fujam sem arcar com as consequências”, disse a delegada. Na interpretação da dela, esse caso deve servir de exemplo para que novos golpes sejam evitados no futuro.
A decoradora fugiu no dia 20 de março, as vésperas de um aniversário de 15 anos e dois casamentos nos dias seguintes, deixando desamparados todos os clientes. Se condenada, ela poderá pegar mais de cinco anos de prisão (sendo cinco anos por estelionato e seis meses por propaganda enganosa)”, disse a delegada.
Ela poderá arcar civilmente por danos morais e multas contratuais, contudo esses processos devem ser feitos individualmente ou arrolados junto às noivas. O inquérito foi encaminhado para o Ministério Público e para o Tribunal de Justiça, onde o pedido de prisão preventiva será analisado e o inquérito julgado.
“Agora o caso dependerá da Justiça e da pressão das noivas e talvez da imprensa. Pois como disse esse caso não pode se tornar prática comum e a punição é uma das formas de prevenir atos criminosos dessa natureza”, finalizou Feldner.
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