Um vulcão submarino a cerca de 480 quilômetros de distância da costa de Oregon, nos Estados Unidos, tem soltado lava durante os últimos sete dias, confirmando previsões feitas no segundo semestre de 2014, e dando aos pesquisadores uma visão única de dentro de um ponto quente do oceano, segundo o geólogo Bill Chadwick afirmou, nesta sexta-feira (1º), à agência de notícias Reuters.
Os pesquisadores sabem de duas erupções anteriores do vulcão, chamado de "Axial Seamount" (algo como monte marítimo axial, na tradução livre do inglês para o português), por estar situado no eixo de um monte submarino), disse Chadwick, da Universidade do Estado de Oregon. Mas, acrescentou ele, as erupções de 1998 e de 2011 só foram detectadas meses ou anos após o evento.
No ano passado, pesquisadores conectaram um mecanismo de monitoramento a um cabo submarino que, pela primeira vez, lhes permitiu colher dados em tempo real do vulcão, cujo pico está a cerca de 1.500 metros abaixo da superfície do oceano.
"O cabo nos permite ter mais sensores e instrumentos de monitoramento do que nunca, e isso está acontecendo em tempo real", disse Chadwick, que também é membro da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos.
No passado, pesquisadores deixaram estações de monitoramento operadas por bateria no local durante anos, mas só puderam analisar os dados depois de recuperarem os aparelhos.
Detecção de terremoto
No dia 23 de abril, sensores de pressão detectaram uma erupção em andamento. Depois de monitorarem centenas, depois milhares de pequenos terremotos por dia próximos do vulcão, eles detectaram mais de 8 mil pequenos tremores em um período de 24 horas no dia 23, explicou o geólogo.
Por volta da meia-noite, os sensores de pressão detectaram uma queda no piso marítimo – um sinal de que o magma estava em erupção – e que o vulcão inchado estava se desinflando como um balão. No total, o piso marítimo baixou 2,4 metros na última semana.
Erupção mais lenta
Apesar de a erupção ter ficado mais lenta, o vulcão ainda parecia estar expelindo magma nesta sexta-feira, disse ele, deixando os cientistas intrigados sobre para onde a lava estava indo.
"Sabemos que ele não entrou em erupção na caldeira, ou na cratera, porque é lá que a maior parte dos nossos sensores estão, e todos eles sobreviveram", explicou ele.
As flutuações de temperatura e as leituras sísmicas são consistentes com uma erupção no lado norte da cratera do vulcão, disse Chadwick. "Mas provavelmente não saberemos até este verão, quando formos até lá com um navio para poder observar o local."
Fonte: G1