Os computadores ainda eram o aparelho mais usado para se conectar à internet no Brasil, em 2013, segundo o Instituto Brasileira de Geografia e Estatística. Celulares e tablets, no entanto, se tornaram o aparelho exclusivo de 11,5% dos domicílios.
Os dados estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), referente a 2013, feita com o Ministério das Comunicações e divulgada nesta quarta-feira (29).
Segundo Jully Ponte, técnica de coordenação de rendimento e trabalho do IBGE a especialista do instituto, “em comparação com as estimativas coletadas pela União Internacional de Telecomunicações (UTI) para 2013, o percentual de domicílios com acesso à internet no Brasil, segundo a estimativa do IBGE (48%), está abaixo da média dos países da Europa (76,2%) e da América (54,6%)”.
Mudança na pesquisa
Até 2013, o IBGE registrava apenas as conexões feitas com computador e agora passou a contabilizar os acessos feitos com smartphones, tablets, TVs conectadas e outros dispositivos.
Das casas online, 88% usavam computador para acessar a rede; 53,6% utilizavam celulares; e 17,2%, tablets. Segundo o IBGE, 7,1 milhões das casas possuem tablets e 5,4 milhões deles eram usados para entrar na internet em 2013.
O acesso à internet estava presente em 31,2 milhões de domicílios brasileiros. O instituto constatou que os computadores são responsáveis exclusivos por conexões em 42,4% das casas. Os moradores de 11,5% das residências usavam apenas celulares e tablets para se conectar.
Os PCs possuem vantagem sobre os dispositivos móveis em 21 estados mais o Distrito Federal. O que varia é o índice: é maior em Rondônia (61,1% contra 11,5%) e menor no DF (31,8% contra 6,4%).
Celular bate computadores em 5 estados
"A gente observa que na Região Norte, o uso do celular como veículo de acesso à internet superou o uso do computador”, diz Jully Ponte, do IBGE. Em cinco estados, a disputa fica melhor para os celulares, responsáveis pela maior parte das conexões: Sergipe, Pará, Roraima, Amazonas e Amapá.
Esse último é onde os aparelhos móveis são a fonte de conexão para o maior percentual de casas, 43%; o de computadores chega a 11,9%.
“Esses dados são de 2013. Em 2014, a gente verificou um aumento muito grande na venda de smartphones por conta da política de desoneração do smartphone. Então a gente acha ainda vai ter um efeito ainda maior quando saírem os números de 2014”, diz Pedro Araújo, gerente de projetos do Ministério das Comunicações.
Formas de conexão
Além dos aparelhos utilizados para se ligar à internet, o IBGE analisou as formas de conexão. Ainda que a banda larga seja a realidade para 30,5 milhões de casas (97,7% do total), a conexão discada é a forma de acesso para 725 mil casas.
No caso das residências com banda larga, 77% delas têm banda larga fixa e 43,5%, a móvel. A região Norte é a única em que a cobertura da internet móvel é maior que a fixa. Com exceção de Rondônia, é isso que ocorre em todos os estados nortistas.
Araújo, do Ministério das Comunicações, afirmou o acréscimo de conexões computadas em 2014 “vai ter impacto bastante relevante em termos de acesso”.
“A gente não pegou os dados de 2014 ainda, mas acreditamos que foram acrescentados mais de 50 milhões de acessos. Não consigo afirmar pelas operadoras, pode até haver esse interesse [de inclusão digital], mas por obrigação regulatória, até 2019, todos os municípios terão que ter banda larga móvel”, diz.
Acesso por idade
Em um recorte da Pnad a partir de grupos de idade, o IBGE constatou que pessoas entre 15 e 17 anos e de 18 a 19 anos registraram os maiores índices de internautas em 2013, com 76% e 74,2%, respectivamente.
Já na faixa etária entre 40 e 49 anos, 44,4% do total acessa a internet.
Apenas 21,6% de quem tem mais de 50 anos se conecta à web. Entre os que possuem acima de 60 anos, o percentual de conectados chegou a 12,6%. Apesar de parecer baixo, o índice de idosos com acesso à internet mais que dobrou desde 2008, quando apenas 5,7% deles estavam online.
Por rendimento
De acordo com o IBGE, o acesso varia conforme a rede das pessoas. A quantidade de brasileiros conectados variou de 49,1% entre aqueles que ou não possuem renda ou recebem até um quarto do salário mínimo, a 95,7% das pessoas com mais de dez salário mínimos.
“A gente percebe que quanto maior o rendimento domiciliar per capita, maior é o número de pessoas com celular", comenta Araújo, do Ministério das Comunicações.
Fonte: G1