As cinzas vulcânicas expelidas por erupções do vulcão Calbuco, no Chile, podem chegar ao Sul do Rio Grande do Sul nesta sexta-feira (24), segundo meteorologistas. Imagens de satélite mostram que a nuvem causada pelo fenômeno já cobre parte da Argentina, começou a ingressar no Uruguai e pode se deslocar ao estado gaúcho.
Segundo a meteorologista Michele Morais, da Climatempo, houve uma mudança no prognóstico. Na quinta (23), as imagens não indicavam que a cinza chegaria até o Rio Grande do Sul. Porém, nesta sexta, o dia amanheceu com a possibilidade de efeitos do Calbuco atingirem as regiões da Campanha e Sul do estado.
“O transporte das cinzas vulcânicas é realizado através da corrente de jatos em altos níveis da atmosfera. Ontem [quinta-feira], os modelos não indicavam posição favorável ao transporte, mas hoje já indicam. Apenas para hoje. Depois, a posição do jato só voltaria a favorecer o transporte a partir de segunda-feira”, disse Michele ao G1.
As cinzas devem ficar concentradas nos municípios ao Sul do estado e podem chegar no máximo a Bagé, na Campanha, conforme a meteorologista.
O 8º Distrito Meteorológico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), por sua vez, afirma que não está avaliando o avanço da nuvem e que deve trabalhar com os efeitos do vulcão apenas na previsão do tempo se ela chegar até o território gaúcho.
Em 2011, uma situação semelhante aconteceu. O material do vulcão chileno Puyehue cobriu parte de cidades gaúchas e deixou em alerta órgãos de saúde, além de causar cancelamentos de diversos voos e fechamentos de aeroportos como o de Bagé.
"As cinzas restringem a altitude para operações aéreas, então algumas companhias podem optar em suspender voos apenas por prevenção. Sem contar que a pluma é corrosiva e pode prejudicar os motores dos aviões", diz a meteorologista.
Estado de exceção
O vulcão Calbuco está localizado na turística região dos Lagos, 900 quilômetros ao sul de Santiago, e sua atividade ocorre no mesmo momento em que outro vulcão no país, o Villarica, também está em fase de erupção.
O governo do Chile manteve na noite desta quinta-feira (24) o estado de exceção e catástrofe nas localidades próximas ao vulcão. Mais de 4 mil pessoas tiveram que ser evacuadas.
Segundo o ministro do Interior do Chile, Rodrigo Peñailillo, a zona de exclusão de 20 quilômetros em torno do maciço rochoso será mantida a fim de proteger a população.
Os voos com destino e origem em Puerto Montt foram reiniciados, mas as companhias estão atentas para acompanhar o rápido deslocamento das nuvens de cinzas.
Fonte: G1