O promotor de justiça do Ministério Público Eleitoral (MPE), José Ricardo Costa Mattoso, pediu a cassação do prefeito de Várzea Grande Walace Guimarães (PMDB) e do seu vice Wilton Pereira (PR). A ação que foi arrolada ao processo movido pelo Partido Democratas (DEM), investiga possível envolvimento de Guimarães em esquemas de ‘caixa 2’, fraude em prestação de contas e compra de votos (durante a campanha eleitoral de 2012).
Conforme Mattoso as provas obtidas com a quebra de sigilos bancários dos suspeitos deixaram evidente o envolvimento nos crimes eleitorais. “Em assim sendo, opina o Ministério Público Eleitoral pela integral procedência da Ação de Investigação Eleitoral, no sentido de que sejam cassados os diplomas dos requeridos Walace Santos Guimarães e Wilton Coelho Pereira, pela prática de captação e gastos ilícitos de recursos, com o consequente abuso do poder econômico, observando-se as consequências legais, em especial a aplicação do disposto no artigo 224, do Código Eleitoral”, diz trecho do documento.
O parecer foi encaminhado para análise do juiz José Luiz Leite Lindote da 58ª Zona Eleitoral de Várzea Grande. Segundo a assessoria de imprensa da entidade o magistrado deverá ver os autos do processo ainda na tarde desta quarta-feira, para dar prosseguimento a ação.
Investigação
Walace é acusado de abuso de poder econômico e prática de caixa dois durante a campanha de 2012. O processo com a denúncia já está concluso, aguardando sentença do juiz José Leite Lindote.
Conforme relatório pericial realizado pela empresa Suporte Empresarial, a pedido do diretório municipal do DEM – anexada à ação de investigação eleitoral, após quebra de sigilo bancários do gestor autorizada pela Justiça Eleitoral, a estimativa em ‘Caixa 2’ movimentado pelo prefeito, durante sua campanha, chega a R$ 2 milhões.
Entre os pagamentos “suspeitos” estão a diferença entre os valores pagos e declarados de R$ 33,3 mil em combustíveis por meio da intermediação da empresa de propriedade do secretário de Finanças de Várzea Grande, que também foi um dos coordenadores de campanha do Walace, Mauro Sabatini Filho, e outros R$ 192,4 mil em material gráfico à empresa do ex-presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE), Evandro Gustavo Pontes e Silva.
O relatório aponta também que Walace, e o vice Wiltinho Coelho (PR), usaram uma espécie de triangulação para forjar cerca de R$ 350 mil em doações que, na verdade, foram realizadas pelo irmão do peemedebista, Josias Guimarães.
O prefeito afirma que toda a investigação está baseada em inverdades. “Eles vão analisar agora e vão comprovar mais uma vez que não existe caixa dois”.