A ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, anunciou neste domingo sua pré-candidatura à Presidência americana, largando em posição de favoritismo dentro do Partido Democrata para as eleições de 2016.
O anúncio foi feito por seu asessor John Podesta, em um e-mail enviado a simpatizantes e doadores de sua campanha eleitoral anterior, e confirmado pela própria Hillary, que disse que quer ser a "campeã" do país no ano que vem.
Principal aposta dos democratas para se manter no poder, ela será a primeira mulher com chances reais de assumir a Presidência dos EUA, caso sua nomeação de fato ocorra.
Hillary, 67, havia sido pré-candidata em 2007, mas perdeu por pouco a candidatura democrata para Barack Obama.
Desta vez, na ausência de concorrentes tão fortes, ela tem chances muito maiores de obter a nomeação de seu partido para enfrentar o candidato republicano – ainda a ser definido.
Uma das mulheres mais conhecidas dos EUA e do mundo, Hillary foi uma primeira-dama ativa durante o mandato de Bill Clinton, nos anos 1990, mas também enfrentou os traumas de ter encampado uma reforma de saúde que não deu certo e as investigações relacionadas ao caso extraconjugal do marido.
Ela superou politicamente os episódios e venceu uma eleição ao Senado americano em 2000. Mais tarde, serviu quatro anos como secretária de Estado de Obama, até 2013.
Um de seus desafios agora é se reconectar com os eleitores tradicionais americanos, após passar anos em um cargo diplomático.
E-mails
Recentemente, Hillary enfrentou críticas após a descoberta de que ela usou um endereço privado de e-mail no cargo ministerial e que parte das mensagens não foi entregue aos arquivos públicos, como é de regra.
A informação veio à tona após o conteúdo do e-mail pessoal de Hillary ter sido incluído na investigação feita por uma comissão do Congresso americano de um atentado à embaixada dos EUA na Líbia, em 2012.
Essa investigação também pode ser um problema para Hillary durante a campanha. Em 11 de setembro daquele ano – no primeiro dia de protestos violentos de islâmicos contra os EUA – grupos invadiram o prédio e mataram o embaixador dos EUA na Líbia, Christopher Stevens, e mais três diplomatas.
Em mais de uma ocasião, Hillary disse que era ela a responsável pela segurança no local.
Hillary, que é filha de um pequeno comerciante e uma dona de casa, cresceu no subúrbio de Chicago e conheceu Bill Clinton na Faculdade de Direito de Yale.
Dois discursos marcaram sua carreira e devem servir de pilar em sua segunda campanha.
Como primeira-dama, Hillary declarou, em 1995, perante a Conferência da ONU sobre Mulheres, que "direitos humanos são direitos das mulheres, e direitos das mulheres são direitos humanos", questionando abusos contra mulheres e dando o tom para sua atuação, mais tarde, como secretária de Estado, explica a agência Associated Press.
Em 2008, em discurso após a nomeação de Obama para a candidatura democrata, ela disse a seus apoiadores que eles haviam feito "18 milhões de rachaduras" no telhado de vidro, em referência ao número de votos que ela recebeu nas primárias e ao potencial de uma candidatura feminina à Casa Branca.
Republicanos
Do lado republicano, dois nomes já figuram entre os pré-candidatos: os senadores Ted Cruz, do Texas, ultraconservador, e Rand Paul, de Kentucky, um conservador libertário.
Mas muitos outros devem se candidatar à vaga, incluindo o ex-governador texano Jeb Bush – cujo pai e irmão já foram presidentes.
Se a eleição voltar a ser uma disputa entre um Clinton e um Bush – o primeiro duelo foi vencido por Bill Clinton em 1992 -, reviverá o debate sobre as poderosas dinastias políticas nos EUA.
Entre os democratas, as opções de candidaturas deverão ser menores. Hillary talvez dispute a nomeação com o ex-governador de Maryland Martin O'Malley e com o vice-presidente Joe Biden.
Muitos à ala mais esquerdista do partido defendem a candidatura da senadora de Massachusetts Elizabeth Warren, mas ela disse em entrevistas que não pretende concorrer.
Fonte: iG