O acusado de estuprar a filha, de 11 anos, e a enteada de 9 anos, José Graziano Portes Galvani, 30 anos, se apresentou a Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), da Polícia Judiciária Civil, na tarde dessa quinta-feira (9), em Cuiabá. Ele deve prestar depoimento a polícia e em seguida ser encaminhado para penitenciária.
O suspeito estava com mandado de prisão preventiva em aberto, decretada desde o dia 3 de abril de 2015 pelos crimes de estupro de vulnerável, duas vezes, e pelo artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca), por produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornografia, envolvendo criança ou adolescente.
De acordo com a Deddica, foram realizadas diversas diligências visando à localização do suspeito, mas policiais não conseguiram localizá-lo. Após orientações a família e divulgação do caso, no início da tarde desta quinta-feira (09), o acusado compareceu a Deddica onde foi dado cumprimento da ordem judicial. "Conversamos com a família e fornecemos a fotografia do suspeito para divulgação e, ele decidiu se entregar", disse o delegado Eduardo Augusto de Paula Botelho.
O crime passou a ser apurado quando a mãe da menina de 11 anos, filha biológica do acusado, procurou a Polícia no dia 31 de março, para denunciar os abusos. A mãe relatou que no dia 26 do mês passado, a menina estava na casa da avó materna e contou para a tia que há muito tempo era abusada pelo pai. A menina não mora com pai, que é separado de sua mãe, desde o ano de 2004.
O suspeito constituiu outra família e também passou a abusar da enteada de 9 anos, conforme confirmado no estudo psicossocial da equipe multidisciplinar da Delegacia Especializada. No relatório, as meninas descrevem de forma pormenorizada os abusos sexuais cometidos pela pai de uma e padrasto de outra.
As crianças também contaram da existência de dois vídeos gravados quando o suspeito mantinha relações sexuais com ambas. Segundo o delegado Eduardo Botelho, os estupros ocorreram em diversas ocasiões e eram consentidos pelas meninas, que foram constrangidas a prática de atos libidinosos.
O delegado também informou que os policiais da unidade realizaram buscas na casa em que o suspeito morava com a atual mulher e apreenderam objetos, como computadores e encaminhados à Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), para localização das imagens que mostram as relações sexuais com as meninas. "Foi contatado a existência de diversos vídeos em que crianças e adolescentes mantinham relações sexuais com pessoas adultas", disse o delegado.
(Com assessoria)