A Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), entre outros grupos, realizam nesta terça-feira (7) atos em todo o país contra o projeto de lei que regulamenta os contratos de terceirização no mercado de trabalho.
A proposta pode ir à votação nesta tarde pela Câmara dos Deputados.
Perto das 18h, havia registro de protestos em 17 estados e no Distrito Federal. Veja aqui o mapa das manifestações e abaixo a situação em cada estado.
DISTRITO FEDERAL
Por volta das 15h30, começou um confronto entre policiais e manifestantes que se concentravam próximo ao Congresso Nacional, em Brasília.
A PM informou que cinco manifestantes foram conduzidos para a delegacia do Congresso, sendo dois por dano ao patrimônio, dois por lesão corporal e um por furto. Segundo a corporação, um manifestante ferido e quatro policiais foram foram encaminhados ao posto de saúde.
A polícia fez um cordão de isolamento para evitar que os manifestantes se aproximassem do prédio do Congresso. Perto das 18h o ato foi encerrado. Segundo a CUT, 4 mil manifestantes estiveram em frente ao Congresso. A polícia estima 2,5 mil pessoas.
Durante a manhã, os manifestantes se reuniram na área de desembarque do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília. A Polícia Militar e os organizadores estimaram em 60 pessoas o número de participantes do protesto da manhã.
Os manifestantes criticam o projeto de lei que regulamenta a terceirização no mercado de trabalho. "O objetivo é que entendam que a classe trabalhadora não quer esse projeto de lei", afirmou o diretor da CUT no Distrito Federal, Rodrigo Rodrigues.
MINAS GERAIS
Manifestantes ligados a centrais sindicais e movimentos sociais reúnem-se na Praça Afonso Arinos por volta das 17h.
De acordo com o secretário de Comunicação da CUT no estado, Neemias Rodrigues, o protesto é contra o PL 4330, que trata da terceirização, o ajuste fiscal, a corrupção e a redução da maioridade penal.
Os manifestantes defendem a Petrobras, a democratização dos meios de comunicação, a democracia e a reforma política.
SÃO PAULO
O ato que começou por volta do meio-dia em frente ao Hospital das Clínicas e seguiu para a Rua da Consolação, onde ocupou parcialmente a via até acabar, por volta das 13h.
Na capital paulista também há uma caminhada da Frente Democrática em Defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) no centro da cidade. O trânsito está lento na região, segundo a CET.
RIO DE JANEIRO
Trabalhadores da Petrobras e de empresas terceirizadas que prestam serviço para a empresa fizeram um ato em defesa dos direitos dos trabalhadores no Terminal Aquaviário, na Freguesia, na Ilha do Governador, e na Termoelétrica Barbosa Lima Sobrinho, em Seropédica, na Baixada Fluminense, na manhã desta terça.
Segundo o diretor geral do Sindipetro no Rio, Emanuel Cancela, o ato atrasou o início do expediente, mas não paralisou as atividades em nenhum dos dois locais. Quem chegava para trabalhar era parado na entrada.
Uma breve assembleia realizada no local decidiu o atraso do turno de trabalho para a realização do ato, segundo ele, também em defesa da Petrobras e da democracia.
PARAÍBA
O protesto no Centro de João Pessoa reuniu, segundo a organização, 200 pessoas. A polícia não tem uma estimativa de público. O ato começou por volta das 8h desta terça (7) com um café da manhã no Ponto de Cem Reis.
Por volta das 10h, os manifestantes caminharam até a Superintendência do Ministério do Trabalho e Emprego. Ali, eles participaram de uma palestra sobre o PL 4.330, projeto de lei que regulamenta a terceirização no mercado de trabalho. "Esse projeto precariza as relações de trabalho e acaba com os direitos dos trabalhadores", afirmou o diretor-executivo da CUT na Paraíba, Marcos Henriques.
Na capital paraibana, o ato foi promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Sindicato de Serviços do Comércio, o Sindicato dos Comerciários, entre outras entidades, e terminou por volta das 12h20.
ALAGOAS
A primeira manifestação começou às 8h30, em frente à Casa da Indústria, na Avenida Fernandes Lima, no bairro do Farol, em Maceió. O ato durou cerca de uma hora e meia. Segundo a organização, pouco mais de 10 pessoas participaram do ato, que não foi acompanhado pela polícia.
Por volta das 9h começou outro protesto no centro da capital alagoana, em frente à Delegacia Regional do Trabalho (DRT), que terminou ao meio-dia. Segundo os organizadores, participaram cerca de 200 pessoas. A Polícia Militar diz que o número de manifestantes não passou de 60.
O representante da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), Paulo Roberto, diz que o ato se posiciona contra a aprovação do projeto de lei que regulamenta contratos de terceirização. "A proposta visa finalizar a economia e explorar o trabalhador com salários baixos. Além disso, sem vínculo com a empresa-mãe, eles não poderão ser representados com sindicatos", afirma.
BAHIA
O protesto em Salvador reuniu, segundo a organização, 100 pessoas – 70, segundo a Polícia Militar. A concentração começou por volta das 7h em frente à Federação das Indústrias do Estado da Bahia. Às 9h20, os manifestantes saíram em caminhada pelas ruas da região.
Duas viaturas da Polícia Militar fizeram a segurança dos manifestantes e organizaram o tráfego de veículos. A mobilização foi encerrada por volta das 10h10.
“O ato é contra a PL 4330, que desregula os direitos dos trabalhadores e vai prejudicar 13 milhões de trabalhadores que não vão ter mais trabalhos diretos", afirmou Cedro Silva, presidente estadual da CUT.
CEARÁ
Na tarde desta terça, manifestantes saíram em caminhada da Praça da Bandeira e se reuniram na Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza, para o segundo ato do dia, promovido pela CUT, MST e Movimento dos Trabalhadores Urbanos do Ceará.
A PM estimou 800 pessoas no auge do protesto, e os organizadores contabilizam 1.500. O ato é contra o projeto de lei que libera estatais para terceirizar qualquer parcela de sua atividade.
Pela manhã, a mobilização na capital cearense teve a adesão de motoristas e cobradores de ônibus, que fecharam terminais. Outro grupo de trabalhadores protestou no aeroporto, sem afetar os voos, e houve ainda protesto na Praça do Ferreira.
Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus), das 20 empresas que operam, 14 não conseguiram deixar a garagem para seguir para os terminais. A situação foi normalizada por volta das 8h30.
MARANHÃO
Em São Luís houve uma coletiva de imprensa na sede da CUT na manhã desta terça (7). A representante da entidade Júlia Nogueira explicou os motivos pelos quais a CUT é contra o projeto que regulariza a terceirização.
"Nós defendemos que os trabalhadores terceirizados tenham assegurados os mesmos direitos que os trabalhadores de órgãos ou empresas. As estatísticas mostram que um trabalhador terceirizado chega a ganhar 27% menos que os que não são", afirma.
PERNAMBUCO
Os manifestantes se concentraram no Parque 13 de Maio para o ato no Recife e seguiram em caminhada pela Avenida Conde de Boa Vista no fim da tarde desta terça. O trajeto ainda incluiu a Ponte Duarte Coelho e a Avenida Guararapes.
Segundo a PM, 350 pessoas participam do ato. Segundo a CUT, são 5 mil.
Participam integrantes do MST, CUT-PE, metroviários, Federação de Trabalhadores da Agricultura de Pernambuco (Fetape) e metalúrgicos, entre outros movimentos sociais.
"Nós metalúrgicos estamos nos unindo contra o PL 4.330, que significa precarização de salários e condições de trabalho. No nosso setor, a gente já sofre com a terceirização, a exemplo dos trabalhadores demitidos dos estaleiros Atlântico Sul e Promar, em Suape, que não receberam as verbas rescisórias", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco, Henrique Gomes.
MATO GROSSO
Trabalhadores do Movimento Sem-Terra (MST) bloquearam três rodovias em Mato Grosso nesta terça-feira (7), em protesto para cobrar o assentamento de aproximadamente 600 famílias em quatro fazendas. De acordo com a PRF, 180 pessoas participaram dda manifestação
Foram interditados os trechos da BR-070, em Cáceres; da BR-163 em Itaúba e da MT-358, em Tangará da Serra pela manhã e liberados no fim da tarde.
O protesto, segundo os organizadores, foi para cobrar uma audiência com o governo estadual, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e também com a Justiça Federal para tratar dos processos de desapropriação das áreas e que estão em tramitação.
Fonte: G1