O mercado de automóveis novos e seminovos não está bem das pernas. De acordo com planilha da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), Mato Grosso nos primeiros dois meses de 2015 registou queda de 14,8% nas vendas, em relação ao mesmo período do ano passado. Se analisado separadamente, o mês de fevereiro foi o pior para o mercado até agora. A queda das vendas foi de 17,9%, comparado com as vendas feitas em 2014.
O presidente da Associação dos Revendedores de Veículos do Estado do Mato Grosso (Agenciauto), Ricardo Laub Júnior, atribui à retração econômica em que o país vive a queda das vendas do setor. Entretanto, é positivo quanto ao crescimento do mercado. Ele estima que a cada carro novo vendido em Mato Grosso, dois seminovos e usados também o são.
Com o fim da redução da alíquota de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), no início deste ano, subindo em média 4%, e a exigência à indústria nacional, em 2014, de incluir itens que antes eram opcionais como itens de série, Air bag e do freio ABS, fez com que os veículos novos pesassem mais no bolso do consumidor.
De acordo com Laub, um carro popular zero quilômetro poderia ser comprado por R$33mil, hoje, pode chegar a custar R$40mil. Entretanto, este carro no primeiro ano de uso desvaloriza cerca de 20%, e em um automóvel de luxo, a desvalorização pode chegar a 30%. “Um carro popular, que hoje custa 40mil, após dois anos de uso, você consegue compra-lo por até 28mil”, afirma.
Outra dificuldade que o setor enfrenta é a dificuldade para financiar o automóvel seminovo. A cada 10 pessoas que tentam um financiamento de veiculo, apenas duas têm aprovação de crédito. “Apesar do setor de carros seminovos e usados ser muito maior, as financeiras ainda dão prioridade para os veículos zero quilometro”, destaca o presidente da Agenciauto.
A psicóloga Maria Beatriz Bastos Parraga optou por correr dos altos juros dos empréstimos e comprar um seminovo à vista. “Mesmo oferendo 60% do valor de um veículo zero quilometro, eu não consegui taxa zero. Preferi comprar um carro seminovo no qual conseguia pagar à vista”, revela Maria que adquiriu seu primeiro carro há menos de um mês.
Atenta, a psicóloga já vinha pesquisando preços de carros em sites particulares, de concessionárias, e por telefone, há um ano. Acabou comprando o carro de um vendedor particular, entretanto não recomenda. “Eu comprei por que pesquisei muito bem as referências do vendedor, e os dados do carro. Mas eu admito que me arrisquei. Nesse mercado há muita gente querendo passar a perna”, alerta.
Ricardo Laub explica que para ter uma maior garantia na compra do carro seminovo e usado é importante comprar de concessionárias associadas à Agenciauto, pois o consumidor tem a quem recorrer caso ocorra alguma irregularidade.