Opinião

RONDON ENCONTRA PAPA-CAPIM

Cento e cinquenta anos do nascimento de Rondon! O mimoseano de origem indígena entrou para as páginas da história do Brasil para ser lembrado majoritariamente por integrar a Comissão Rondon, contatar populações indígenas e delinear uma política indígenista, ao criar o Serviço de Proteção aos Índios, em 1910. O Diário Oficial de Mato Grosso publicou em 20 de março o decreto 42 que institui 2015 como o ano dos 150 anos de nascimento do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.

O que se constata é que a figura de Rondon está sempre em voga. Sobre sua personalidade há filmes, documentários, selos, cédulas, cartões telefônicos, livros infantojuvenis, paradidáticos, biográficos que narram seus feitos. Monografias, dissertações e teses, infelizmente nem todas publicadas, fazem uma leitura crítica da política indigenista rondoniana. Afora as incontáveis vezes que seu nome aparece em logradouros, museus, escolas e associações de diversas partes do Brasil. O saudoso espeleólogo e agrimensor Ramis Bucair fundou em Cuiabá a Associação dos Amigos de Rondon. Seu sobrenome também nomeia índios de etnias por onde passou e um estado da federação: Rondônia.
 
Agora o Patrono das Comunicações será personagem de gibis. Em recente visita a São Paulo, o secretário de Cultura, Esporte e Lazer do Estado de Mato Grosso, Leandro Carvalho, levou ao criador da turma da Mônica, Maurício de Sousa, a proposta da inserção de Rondon em gibi. O projeto, que tem em mente ser um recurso pedagógico para o Ensino Fundamental, distribuirá gratuitamente os gibis às escolas da rede pública.

Resta saber se Rondon encontrará Papa-Capim e sua turma: Cafuné, Jurema, Ubiraci e Oncinho, personagens índios de uma série de histórias em quadrinhos criada também por Maurício de Sousa. Se a proposta pretende criar um recurso didático para a aprendizagem da história de Rondon, o momento mostra-se oportuno para se definir a etnia e localização geográfica das aldeias por onde anda Papa-Capim e ensinar aos alunos sobre os diferentes costumes e a diversidade de povos indígenas no Brasil. Quem sabe Rondon virá com essa missão?

 

Anna Maria Ribeiro Costa

About Author

Anna é doutora em História, etnógrafa e filatelista e semanalmente escreve a coluna Terra Brasilis no Circuito Mato Grosso.

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