Cidades

PM deteve 198 em pancadões em SP neste ano

O governo do estado de São Paulo gastou cerca de R$ 1,5 milhão em operações de segurança pública para combater os pancadões na capital paulista somente neste ano, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (1º). A Polícia Militar deteve 198 pessoas em 2015 suspeitas de crimes durante os bailes funk realizados nas ruas da cidade.

Para impedir que os pancadões sejam realizados de forma irregular, a Prefeitura e o governo do estado se reuniram nesta manhã para selar uma parceria na organização dos eventos.

O governo acredita que o alto custo com as operações de combate, cerca de R$ 500 mil ao mês, pode diminuir com a regulamentação dos pancadões. “Nós consideramos que esse tipo de operação consumiu aproximadamente R$ 1,5 milhão levando em consideração o efetivo que é empregado e as viaturas empenhadas”, disse o comandante do policiamento da capital, coronel Reinaldo Zychan.

De acordo com o coronel, essa verba pode ser aplicada na prevenção de outros tipos de crimes. “Organizando [os pancadões] nós podemos gerir esses recursos direcionando para aqueles locais com necessidade de prevenção criminal”, justificou ele.

Presos
Dentre os detidos nos três primeiros meses do ano, 144 são adultos e 54, adolescentes. Segundo a PM, a maioria dos presos foi encontrada com veículos roubados ou furtados. “É muito comum esse tipo de crime, mas existem questões de tráfico de drogas e porte ilegal de armas”, disse.

Um balanço da Polícia Militar indica que 6.013 carros foram vistoriados durante 519 operações realizadas. Do total de veículos inspecionados, 307 foram recolhidos. Um mapeamento realizado pela PM identificou 440 áreas onde são realizados os bailes funk.

O telefone de emergência da PM, o 190, recebe diariamente diversas chamadas com reclamação do barulho provocado pelo som alto dos pancadões. Neste ano, a PM já recebeu 4.645 ligações deste tipo e realizou 1.200 atendimentos no local. Ao todo, mais de 6 mil pessoas foram abordadas e houve 20 confrontos entre os PMs e participantes dos bailes.

“Nós recebemos uma demanda muito grande de ligações de pessoas reclamando do barulho excessivo e, em muitas das situações, quando a polícia comparece nesses locais existem situações de confronto. Não é raro quando a polícia é recebida com tiros, garrafadas e pedradas. É muito comum a gente encontrar pessoas vendendo drogas, armadas e com veículos furtados e roubados”, afirmou Zychan.

Regularização dos pancadões
A regulamentação dos pancadões teve início no ano passado quando a Prefeitura de São Paulo anunciou a concessão de espaços públicos para a realização dos bailes funk. A primeira festa ocorreu em dezembro em um parque ao lado da represa Guarapiranga.

“Nós, o estado e a Prefeitura, entendemos que isso não é só uma questão de polícia, é uma questão social, é uma questão de manifestação cultural. Então, precisamos separar o joio do trigo, precisamos separar o que é uma manifestação cultural e social e o que há nessas manifestações de infiltração de criminalidade”, afirmou o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes.

Além de Moraes, a reunião desta quarta-feira contou com a presença da vice-prefeita Nádia Campeão, com subprefeitos, secretários municipais e comandantes da PM.

O secretário municipal de Promoção da Igualdade Racial, Antônio Pinto, dividiu a cidade em 11 territórios e definiu dois locais em cada um deles para a realização das festas.

“A ideia é propiciar a unificação desses pancadões em um só. Cada território terá dois eventos quinzenais circulando dentro da área para não gerar o estresse de realizar o pancadão sempre no mesmo lugar”, disse. Serão autorizados 22 bailes funk por mês na capital.

Os locais são escolhidos por uma equipe de engenheiros da Prefeitura com os organizadores dos eventos. O principal critério para a escolha do local é a menor densidade demográfica da região. Parques, praças, CEUs (Centro de Educação Unificada) e outras áreas públicas foram escolhidos. No entanto, isso não impediu que a festa continue a ser realizada em ruas.

“Tem lugares da cidade, como é o caso da Cidade Tiradentes, que não tem espaço vazio. Nesse caso, estamos fazendo nas ruas, mas faremos um rodízio, com isso vamos demorar mais de seis meses para retornar para a mesma rua”, argumentou Pinto.

Foi definido que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e PM farão cercos com controle de entradas e saídas dos pancadões para evitar a entrada de bebida irregular, drogas e carros com som alto. Os bailes também terão horário para terminar, entre 22h até meia-noite.

Segundo o secretário de Segurança Pública, a regulamentação dos pancadões facilitará o trabalho da polícia. “É um trabalho mais fácil para a Polícia Militar, pois nos locais que não estiverem pré-definidos não se deixará nem começar os pancadões”, afirmou após ser questionado se haverá rigidez na dispersão da ocupação de vias de forma irregular.

Também ficou definido na reunião que a PM passará a fornecer informações de ocorrências para a Prefeitura e subprefeituras com rapidez para auxiliar na manutenção da cidade, como problemas com iluminação pública e entulhos, por exemplo.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Cidades

Fifa confirma e Valcke não vem ao Brasil no dia 12

 Na visita, Valcke iria a três estádios da Copa: Arena Pernambuco, na segunda-feira, Estádio Nacional Mané Garrincha, na terça, e
Cidades

Brasileiros usam 15 bi de sacolas plásticas por ano

Dar uma destinação adequada a essas sacolas e incentivar o uso das chamadas ecobags tem sido prioridade em muitos países.