Airton Marques – Da Redação / Ulisses Lalio – Da Reportagem
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (01) a sétima fase da Operação Ararath, que culminou na segunda prisão do ex-secretário de Estado, Eder Moraes. Ele foi preso em sua residência, no condomínio Florais dos Lagos, na região da MT-010, em Cuiabá, e levado para a sede da PF, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (do CPA).
Como tem segundo grau completo, Eder será levado para o Centro de Custódia da Capital, mesmo local em que o ex-deputado José Riva (PSD) está preso, desde o dia 21 de fevereiro.
O advogado de defesa do ex-secretário, Ronan Oliveira, afirmou não ter conhecimento sobre o teor das acusações, ainda hoje ele entrará com um pedido de Habeas Corpus.
Recentemente foi descoberto que Eder estaria se desfazendo de seus bens, através de operações imobiliárias fraudulentas, com valores inferiores aos praticados no mercado. Além disso o ex-homem forte do Governo teria adquirido veículos de alto padrão, sempre em nome de terceiros (laranjas), com o notório intuito de ocultar a real propriedade e impedir o cumprimento de decisão judicial de sequestro/arresto de bens.
Os agentes da PF também cumpriram mandado de busca e apreensão na casa de Eder. As medidas foram determinadas pelo Juízo da 5ª Vara Federal de Mato Grosso a partir de requerimento do Ministério Público Federal no curso da Ação Penal, sendo que a Polícia Federal instaurou inquérito policial para apurar a ocultação e a lavagem de dinheiro.
Além de constituírem crimes próprios, tais condutas também violam decisão judicial que concedeu liberdade provisória a Eder.
Esta é a segunda prisão do ex-secretário na Ararath, em maio de 2014, na 5ª fase da operação, Eder e o ex-deputado estadual, José Riva, acabaram sendo presos.
Operação Ararath
As investigações sobre um esquema de crimes contra o sistema financeiro e de lavagem de dinheiro tiveram início ainda em 2011 e a primeira fase da operação foi deflagrada em novembro de 2013.
A 5ª e fase 'bombastica', deflagrada em 20 de maio do ano passado, o então governador Silval Barbosa (PMDB) também foi preso por porte ilegal de arma. O peemedebista ficou detido quase um dia na sede da instituição, em Cuiabá. A pistola calibre 380 foi encontrada pelos agentes federais em meio aos pertences pessoais de Silval, dentro de seu apartamento localizado no bairro Jardim das Américas, na Capital. O peemedebista pagou uma fiança de R$ 100 mil e foi liberado em seguida.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o grupo criminoso, por intermédio de instituições financeiras clandestinas, realizam empréstimos de altas somas, especialmente a agentes políticos. Ainda de acordo com as investigações, os recursos são utilizados inclusive, para financiamento de campanhas eleitorais.
Já figuram como réu no processo, além do ex-secretário Eder Moraes, sua esposa Laura Tereza da Costa Dias, o ex-secretário adjunto do Tesouro Estadual, Vivaldo Lopes e o superintendente do Bic Banco em Mato Grosso, Luiz Carlos Cuzziol. A instituição gerida por Cuzziol é apontada como ‘fornecedora’ dos empréstimos fraudulentos no Estado.
Primeira atualização às 08h30min. / Segunda Atualização às 09h29min. / Terceira Atualização 09h43min.