O ministro turco das Relações Exteriores disse nesta terça-feira (31) no Twitter que o procurador ferido em troca de tiros em tribunal de Istambul morreu no hospital, informa a agência Reuters. O procurador foi feito refém nesta terça por homens armados, que também morreram em ação policial.
"Fomos pacientes durante seis horas e fizemos tudo o possível, mas escutamos disparos dentro da sala em que estavam os terroristas e a polícia lançou a operação", disse o chefe da polícia, Selami Altinok.
"O promotor morreu quando chegou no hospital. Tentamos fazer o nosso melhor, mas falhamos em salvar a sua vida", disse um funcionário do hospital Florence Nightingale para a afiliada da CNN.
Investigação
Segundo o jornal "Hürriyet", o refém era o promotor Mehmet Selim Kiraz, que investigava a morte de um adolescente pelo impacto de uma bomba de gás lacrimogêneo durante as manifestações antigoverno do parque Gezi em 2013.
Ele foi tomado como refém por indivíduos de um grupo armado de extrema esquerda que invadiu o Palácio de Justiça Caglayan, em Istambul.
A rede de TV norte-americana CNN mostrou imagens de carros de polícia cercando o edifício. Fontes da promotoria afirmaram mais cedo ao "Hürriyet" que eram feitas negociações entre o grupo de sequestradores e a polícia "através de um mediador que eles escolheram".
Segundo a Reuters, um site ligado ao grupo que fez o promotor refém disse no Twitter, logo depois das explosões, que o promotor e três de seus integrantes ficaram feridos.
Uma imagem com um homem armado apontando para a cabeça do promotor foi divulgada nas redes sociais. Atrás dos dois há uma bandeira do Partido-Frente de Libertação Popular Grupo Marxista Revolucionário (DHKP-C).
Istambul se encontra paralisada devido a um grande blecaute de energia de causas desconhecidas em todo o país, o que aumenta a confusão em torno do que está ocorrendo.
Reivindicações
Um comunicado divulgado em um site ligado ao grupo armado diz que os sequestradores exigiam que as autoridades cumprissem com várias reivindicações, de acordo com a EFE.
Entre elas, pediam uma confissão ao vivo dos policiais suspeitos de matar um menor durante as manifestações de 2013. Além disso, exigiam que as autoridades assegurassem uma saída segura dos sequestradores do Palácio da Justiça.
Berkan Elvan, de 14 anos, foi atingido por uma bomba de gás lacrimogêneo e ficou nove meses em coma no hospital antes de morrer.
O menino foi atingido na cabeça em junho de 2013 quando ia comprar pão e morreu em março de 2014, o que gerou uma onda de indignação na Turquia.
O promotor Kiraz assumiu a investigação do polêmico caso há seis meses.
Fonte: G1