Segundo estimativas da polícia, mais de 10 mil pessoas participaram da manifestação e foram até o Museu Nacional do Bardo, o local de um ataque no dia 18 de março no qual 21 turistas e um tunisiano foram mortos.
A multidão entoava palavras de ordem como "A Tunísia é livre!" e "Fora terrorismo!". O presidente Beji Caid Essebsi também participou da manifestação e fez um discurso no museu.
"O povo tunisiano provou hoje que eles não se curvam ao terrorismo, e que, como um homem e uma mulher, eles defendem a nação. Quando a Tunísia é atingida, a nação inteira se levanta, como uma só", afirmo
O presidente francês, François Hollande, e outros líderes mundiais também participaram de uma cerimônia no museu. Além de Hollande, também participaram o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi e outros dignatários de vários países.
Durante a cerimônia foi inaugurada uma lápide em homenagem às vítimas do ataque.
Os atiradores invadiram o Museu Nacional do Bardo e, entre suas vítimas, estavam turistas britânicos, japoneses, franceses, italianos e colombianos.
Apoio
Em seu discurso durante a cerimônia, o presidente Hollande prometeu o apoio da França na luta contra o terrorismo na Tunísia.
"Tivemos quatro cidadãos franceses mortos, vítimas do terrorismo, então era necessário participar desta manifestação. Hoje tudo é a respeito da Tunísia e os valores que representa para o mundo árabe e além", disse.
Os manifestantes levaram bandeiras da Tunísia e cartazes com frases como "Sem Medo" e "Somos Bardo", enquanto caminhavam pela capital cercados por um forte esquema de segurança.
"Mostramos que somos um povo democrático, tunisianos são moderados e não há lugar para terroristas aqui", disse Kamel Saad à agência de notícias Reuters.
No entanto, a manifestação não foi uma unanimidade no país. Alguns grupos políticos de esquerda se recusaram a participar.
Eles são contra a participação de um partido islâmico na manifestação alegando que este partido é um dos responsáveis pelo aumento do extremismo no país.
Suspeito morto
Horas antes da manifestação, as autoridades tunisianas informaram que mataram o suposto líder do ataque, Lokman Abu Sakhra.
Segundo o governo, ele foi um dos nove militantes mortos durante uma operação realizada no sábado.
Um porta-voz do governo da Tunísia descreveu Sakhra como um dos "terroristas mais periogosos" da Tunísia.
Autoridades do setor de segurança alegam que os militantes eram membros da Brigada Okba Ibn Nafaa, um grupo extremista que já tinha assumido a responsabilidade por ataques contra as forças de segurança do país.
Um porta-voz do gabinete do primeiro-ministro tunisiano disse à BBC que Sakhra, um cidadão da Argélia, foi morto na região de Gafsa, oeste do país.
Na semana passada as autoridades tunisianas também alegaram ter prendido dezenas de pessoas suspeitas de envolvimento com o ataque no museu.
Fonte: BBC BRASIL