Internacional

Professora é primeira a entrar na mostra de Picasso

A professora Lenira Domingues Ferreira, de 54 anos, foi a primeira visitante a entrar na exposição Picasso e a Modernidade Espanhola, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Centro de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (25) às 9h. Lenira é uma espécie de “visitante profissional de exposições” em São Paulo e nas suas viagens pelo Brasil.

“Vou a todas as exposições que acontecem na cidade. Fui à dos impressionistas, do Ron Muek, Leonardo da Vinci e a uma apresentação da Marina Abramovic, no Sesc Pompeia.  Já fui a Inhotim, na Grande Belo Horizonte, e no Museu Brenan, em Recife. Vi até as obras que foram apreendidas na operação Lava Jato em Curitiba”, afirmou.

A professora chegou duas horas antes da abertura da exposição. “Eu cheguei às 7h e me surpreendi porque não tinha fila”, disse.
“Ver a mostra sobre o Picasso no primeiro dia é muito importante para mim. Eu tenho um livro sobre o Picasso, mas ver presencialmente vai ser a primeira vez. Eu sou professora de empreendedorismo e acho que devemos sempre levar novidades para os nossos alunos”, contou.

Ao entrar no prédio, ela foi cumprimentada pelo segurança que estava na porta. “Eu venho tanto aqui que ele já me conhece. O CCBB sempre traz coisas boas para a cidade.”

Sobre o aumento na procura por exposições nos últimos anos na cidade, ela disse não estranhar. “O paulistano sempre gostou de exposições, mas, às vezes, a divulgação não é bem feita e, por isso, só quem é antenado fica sabendo”, observou.  

Ela conta que pretende, futuramente, promover visitas monitoradas em museus. “Comecei curso de história da arte e estou me preparando para uma nova etapa. Eu quero fazer visitas culturais monitoradas”, planeja. 

A mostra traz 90 obras do Museu Reina Sofia, da Espanha, tem três quadros sobre a mesma cena pintados por Picasso em diferentes momentos. “O pintor e a modelo” é um dos primeiros a ser visto pelos visitantes e é uma versão da obra que fecha a exposição. “Essa última tela me encantou. Ele começou os estudos para essa obra em 1926 e essa última ele pintou em 1963. Isso mostra que ele perseguiu a perfeição até o fim da vida. Essa persistência e essa empolgação a gente vê nos grandes artistas”, afirmou.

Segundo da fila 
O segundo a entrar o CCBB nesta manhã foi o artista plástico Edson Benedito Leite de Camargo, de 35 anos, que veio de Boituva, no interior de São Paulo apenas para ver a mostra. Ele, que é conhecido como El Camargo, perdeu o primeiro lugar por alguns instantes. “Eu pensei que a entrada era do outro lado e quando eu voltei ela já estava lá. Eu não vejo a hora de entrar”, afirmou.

Ao se deparar com o primeiro quadro exposto, ele abre um sorriso. “É um sonho estar aqui. Eu me inspiro em Picasso e na Beatriz Milhazes para criar meus próprios traços”, contou. Edson conta que começou como pintor de paredes e que há 15 anos se dedica a sua arte. “Eu nasci para isso”, conta.
Ele trouxe um livro sobre a obra de Picasso, algumas folhas de papel e um lápis. Já na saída ele começou a fazer alguns traços. “Eu recomendo ler um pouco em livros ou pela internet sobre o Picasso antes de vir. Assim, você não perde tempo com as leituras e pode ficar apreciando as obras”, sugere.  
“Para quem gosta de arte contemporânea a visita é obrigatória. Esses grandes mestres deixam uma lição para a vida toda”, afirmou.

Exposição
As 90 obras, entre pinturas, gravuras e esculturas, vieram da Espanha, do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madri, e são todas do período do modernismo.

Os trabalhos foram organizados de acordo com temas ou características semelhantes. Segundo o curador da mostra, a ideia é fazer com que as obras conversem entre si. “Queremos estabelecer na exposição esses diálogos imprevistos para arte espanhola”, conta Eugenio Carmona, que é doutor em história da arte e especialista em Pablo Picasso.

Em uma das salas, estão duas importantes séries do artista: a do Minotauro, e os esboços de “Guernica", uma das pinturas mais famosas de Picasso, feita em 1937 pra retratar a devastação da cidade espanhola de Guernica durante a guerra no país. Um segundo esboço raro da obra também está exposto, feito em grafite em um papel azul.

Picasso e os artistas espanhóis tiveram papel decisivo na criação e nas definições da arte moderna internacional. A exposição pretende propor um encontro com as mais singulares contribuições desses criadores.

Entre as obras presentes estão "Cabeça de Mulher" (1910), "Busto e Paleta" (1932), "Retrato de Dora Maar" (1939) e "O Pintor e a Modelo" (1963), além de estudos e esboços para Guernica, que ajudam a entender o processo de criação dessa que é uma das mais impactantes obras de arte de todos os tempos.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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