Foto: Ulisses Lalio
Mais de dois anos se passaram e o dilema envolvendo o Morro do Despraiado, localizado na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá, não foi solucionado. Denunciado pelo Circuito Mato Grosso desde setembro de 2013 (edição 458), o risco de desmoronamento no morro continua ameaçando condutores e pedestres que se arriscam a passar pela via lateral do Viaduto Domingos Iglesias Valério.
As obras de reconformação da encosta começaram em outubro de 2014, mas estão paralisadas desde que o governador Pedro Taques (PDT) assumiu o governo e decretou a suspensão de todos os contratos em execução do Estado, em janeiro.
Além disso, a conclusão dos serviços da empresa PPO Pavimentação e Obra – contratada pela extinta Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) no valor de R$ 1,9 milhão – foi prejudicada pelo entrave envolvendo o pagamento das indenizações às famílias que moravam no local. O valor a ser pago aos moradores chega a R$ 3 milhões.
Mesmo assim, com a obra congelada e o período das chuvas, a via lateral do viaduto, que fica bem na escota do morro desmoronado, foi liberada para o trafego de veículos.
No início do mês de fevereiro a equipe do governo do Estado ressaltou a necessidade de repactuação do contrato, além da conclusão da demolição dos imóveis ainda existentes no local.
A obra no Morro do Despraiado compreende a execução dos serviços de retaludamento da encosta localizada na Avenida Miguel Sutil, incluindo a proteção superficial com vegetação, serviços de demolição dos imóveis já desapropriados e desocupados e aplicação de solução urbanística e paisagística ao local.
Denúncia
O Circuito denunciou o caso com exclusividade em 2013, com a ajuda de Mário Cavalcanti de Albuquerque, geólogo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT), que fez uma vistoria informal da situação, a pedido do jornal.
De acordo com ele, o corte feito colocou a rocha em exposição, abrindo a possibilidade de deslizamentos em época de chuva, o que veio a se concretizar meses depois.
Caso a contenção tivesse sido feita previamente, com a correção da instabilidade do talude, não haveria riscos de erosão, tampouco os deslizamentos teriam ocorrido, colocando em risco a segurança da população local.