Cerca de 90 presos do Centro de Detenção Provisória da Ribeira, na Zona Leste de Natal, foram transferidos na manhã desta terça-feira (17). O destino dos detentos não foi revelado por uma questão de segurança. Ao longo do dia, outros presidiários, em outras unidades, também serão removidos. As medidas, segundo a Coordenadoria de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte, são necessárias em razão da série de rebeliões que vêm ocorrendo no sistema penitenciário potiguar desde a semana passada.
Somente nesta segunda-feira (16), ocorreram motins em quatro unidades prisionais. Grades das celas foram arrancadas e colchões queimados. Em razão das rebeliões, o governo do Estado decretou estado de calamidade no sistema penitenciário. A Secretaria de Segurança Pública afirma que 'não vai negociar com preso'.
De acordo com Leonardo Freire, coordenador da Coape, além do CDP da Ribeira, também foram alvos de destruição a Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta; a Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), em Parnamirim, o Complexo Prisional João Chaves, o Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato, o Centro de Detenção Provisória (CDP) e o Centro de Detenção Provisória de Potengi, ambas na Zona Norte da capital.
"Todas as cadeias do Rio Grande do Norte vão derrubar as grades". O recado foi dado pelos presos do sistema penitenciário potiguar em um vídeo gravado durante a onda de rebeliões. Nas imagens, gravadas de dentro de unidades prisionais, os detentos exigem a saída da diretora da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, Dinorá Simas. A penitenciária, localizada em Nísia Floresta, é a maior unidade prisional do estado e apontada como foco do início dos motins.
Na quarta (11), quinta-feira (12) e sexta-feira (13), detentos se rebelaram na Penitenciária Estadual de Alcaçuz; no Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato e no Centro de Detenção Provisória (CDP) da Zona Norte de Natal e na Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP).
Também em decorrência dos motins, o Ministério Público do Rio Grande do Norte instaurou inquérito civil para investigar a falta de vagas nos presídios do estado. O inquérito vai apurar medidas usadas pelos órgãos públicos responsáveis pela gestão do sistema penitenciário estadual. Segundo o MP, a população carcerária no RN é de aproximadamente 7.650 pessoas, mas o Estado só disponibiliza cerca de 4 mil vagas.
Fonte: G1