O levantamento foi feito pelo sistema de pesquisa e inteligência em redes sociais Airstrip, a pedido da BBC Brasil.
Ele mostra também que o termo impeachment – que tem dividido manifestantes online e nas ruas -, ainda é menos popular nas redes que o termo BBB15. A palavra teve um terço do número de menções feitas ao programa.
Segundo um dos diretores da Airstrip, Rafael Arrigoni, o peso do BBB ainda é grande nas redes sociais, mas o ativismo político, além de sempre ter força no mundo online, vem ganhando mais espaço desde os protestos de 2013.
O momento atual, diz ele, é comparável à mobilização que ocorreu na eleição do ano passado, a mais disputada da história.
"A discussão política ocorre cada vez mais nas redes sociais. É semelhante à mesa do bar, onde sempre surge esse tipo de discussão, mas com um poder de amplificação muito maior. A penetração das redes democratiza o espaço para conversas."
Dilma
Foram monitoradas todas as menções aos termos BBB (incluindo Big Brother), Dilma, impeachment, protestos e Lava Jato entre o dia 26 de fevereiro e 12 de março. Juntos, eles foram citados mais de 2 milhões de vezes no Facebook, Twitter e Instagram.
Mais da metade das referências foi à presidente Dilma Rousseff. As menções à petista começaram a se intensificar nas sexta-feira, dia 6, com a revelação da lista dos políticos que seriam investigados por suspeita de corrupção no âmbito da operação Lava Jato.
Elas atingiram seu auge na segunda-feira, dia 9, um dia após o panelaço que ocorreu durante pronunciamento de Dilma pelo Dia da Mulher.
Não é possível dizer se os posts que mencionam a presidente são majoritariamente de apoio ou contrários. A análise mostra que quem mencionou Dilma nas redes sociais associou seu nome, na maior parte dos dias, à Petrobras.
Na esteira do panelaço, houve uma guerra de hashtags: além de "pronunciamento", os posts que citavam a presidente falavam também em #vaiadilma e #dilmadamulher – usadas, respectivamente, contra e a favor da presidente.
Impeachment
Os posts sobre impeachment vieram sempre acompanhados da palavra Dilma. Também neste caso, é difícil concluir se são manifestações pela saída da presidente ou pela sua permanência. É possível ver a associação do termo com "pro-impeachment", "pedir" , "improvável" e "contra", além da hashtag #foradilma e #globogolpista.
E uma análise de temas discutidos mostra que, proporcionalmente, fala-se mais de impeachment quando o tema é alta do dólar do que, por exemplo, crise na Petrobras.
Arrigoni, da Airstrip, lembra que a palavra impeachment pode aparecer com menos frequência porque muitas vezes é grafada de forma equivocada, tanto por ser um estrangeirismo quanto por ironia.
Quem falou em protestos, na semana passada, falou também em caminhoneiros. Nos últimos dias, a palavra começou a ser mais associada com Dilma e impeachment – o último dia da análise foi na véspera de um protesto de defesa de Dilma e três dias antes de atos que pregam sua saída.
Já as menções à Lava Jato, no dia que atingiram seu pico, se referiram também ao senador Antonio Anastasia, único nome do PSDB entre os investigados. Rodrigo Janot, procurador-geral da República, também foi citado nos dias seguintes, assim como Dilma.
#Hashtags
Já a guerra de hashtags indica que os anti-Dilma estão vencendo a batalha online. As três mais citadas são contrárias a Dilma e, entre as dez mais populares no período, apenas três eram de apoio explícito à presidente.
Fonte: BBC BRASIL