O homem que fez o enteado refém na madrugada de sexta-feira (13) dentro de um apartamento na Zona Sul de Natal postou no Facebook que está se "despedindo do planeta Terra". Às 16h30 deste sábado (14), o cárcere privado completou 40 horas.
A postagem na rede social foi feita por volta das 12h30 da sexta. Na tarde deste sábado, a Polícia Militar permanecia no local em negociação com o homem, que foi identificado como Francisco José de Assis Guimarães, um agente penitenciário aposentado de 52 anos.
De acordo com a Polícia Militar, tudo começou com uma briga familiar na noite de quinta-feira (11). Francisco de Assis começou uma discussão com a mulher – de quem está se separando – e, quando começou a ficar agressivo, a mulher fugiu com a filha de 21 anos. Ainda segundo informações da PM, a mulher tentou levar o filho, mas o padrasto do menino impediu. Desde então, o menino foi mantido refém dentro do apartamento.
A PM disse que o homem pediu a presença da mulher e da enteada no local para deixar o garoto. Na madrugada de sexta-feira, foram disparados seis tiros no apartamento.
Por volta das 13h deste sábado, Francisco pediu refrigerante, almoço e cigarros. De acordo com a Polícia Militar, o aposentado aparentou estar mais tranquilo neste sábado e, inclusive, liberou o cachorro de estimação da família que também estava no apartamento.
O condomínio onde fica o apartamento tem seis blocos. Todos os apartamentos do bloco onde está o padrasto e o enteado foram desocupados. Os moradores de outros blocos têm acesso aos apartamentos, mas sempre que precisam sair contam com o apoio de um policial militar que os acompanham até a saída do condomínio.
Durante toda a sexta-feira, policiais militares mantiveram a negociação com o aposentado. Ele também pediu comida e cigarros. Já durante a madrugada deste sábado (14), o homem pediu insulina – porque é diabético – e uma equipe médica de plantão no local providenciou o medicamento. Na manhã deste sábado, ele voltou a pedir insulina e solicitou também um café da manhã.
Em relação à alimentação, os policiais relataram que o aposentado afirmou que se a comida viesse envenenada quem morreria era o garoto porque ele só come quarenta minutos depois de o enteado ter se alimentado.
De acordo com o major Rodrigues Barreto, responsável por coordenar as negociações, a polícia sinalizou cortar a energia e a água do apartamento, mas o aposentado se alterou e a PM recuou. A polícia disse que o padrasto apresentava mudanças de comportamento e chegou a bater no menino.
O objetivo da polícia é manter as negociações até que o padrasto se entregue e liberte o garoto.
Fonte: G1