Cidades

Mesmo com risco de multa, servidores mantém greve no Detran

Governo tenta acabar com greve dos servidores do Departamento de Trânsito de Mato Grosso (Detran), com ação judicial de ilegalidade. O estado apresentou o cronograma de 37 dias para revisão do edital para concurso público na área, mas o Sinetran (Sindicato dos Servidores do Detran) não aceitou a revisão e manteve a paralização que já chega a sua segunda semana.

A assessoria jurídica do Sinetran já recebeu a notificação judicial de ilegalidade da manifestação nesta manhã. Contudo, de acordo com a presidente do sindicato, Daiane Renner, o Sinetran já está articulando medidas para derrubar a ação. “Esperávamos, no mínimo, uma proposta de avanço, que garantisse a realização do concurso e o cumprimento da lei. Portanto não será corte de ponto e nem multa de R$ 100 mil que fará a categoria retroceder nessa luta, a greve será mantida”, afirmou Daiane.

A greve começou no dia 2 de março e tem como pauta única a realização do concurso público. Segundo a presidente do sindicato, a negativa do governo em realizar o concurso é para ganhar tempo. “Ele quer achar mecanismos para alterar a lei de carreira da categoria aprovada em 2013 e isso nós não vamos permitir”, explicou.

A sindicalista disse que discorda das atitudes do Governo em exigir que os trabalhadores voltem aos seus postos. “Como vamos retornar sem saber o que vai ser modificado (no edital)? Precisamos de um acordo coletivo para o fim da greve em que haja o compromisso do Governo em publicar o edital no menor tempo possível. E sobretudo que não aconteça represálias aos servidores. Não vamos retornar até que o Governo dê uma posição completa sobre o que será feito”, finalizou Daiane.

Sem avanços

Nesta quarta-feira (11) a categoria esteve reunida com o chefe da casa civil, Paulo Taques e não obtiveram respostas sobre a demanda reivindicada. A categoria exige a realização de Concurso Publico para suprir cerca de 600 vagas nas áreas de atendimento ao público e serviços administrativos. Pois conforme nota do Sinetran, existe acúmulo de trabalho para os atuais servidores o que acarreta em demora nos atendimentos das Ciretrans.

O Governo alegou nas negociações que o estado não tem condições para arcar com as despesas das novas contratações feitas pelo edital. Contudo o orçamento para estas contratações já está previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2014.  No total de R$ 138 milhões o orçamento (aprovado e previsto para 2015) terá R$74 milhões destinados especificamente à folha de pagamento, já incluindo o impacto de R$ 5 milhões para às novas nomeações.

Outro ponto de tensão é em relação a possível edição (modificação) do Edital. Conforme o sindicato o documento foi elaborado pela Unidade Especial de Apoio à Gestão Estratégica (UAGE), da Secretaria de Administração do Estado (antiga SAD, atual Gestão) e baseados no edital elaborado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e não precisa ser refeito, ou mesmo modificado.

 

 

Ulisses Lalio

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