Os trabalhadores da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) aprovaram nesta terça-feira (10) a realização de uma greve por tempo indeterminado após a companhia ter demitido 399 funcionários em dois meses, segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo (Sintaema). A paralisação foi marcada para ocorrer no dia 19 de março.
O número de demitidos equivale a 2,6% do quadro de funcionários da equipe, diz Renê Vicente, presidente do Sintaema, e supera o acordado com o sindicato, que prevê a dispensa de até 2% do efetivo.
"Mas isso não significa que tenham de mandar 2% embora todo ano", afirma Vicente. "Mais de 80% dos demitidos são da área operacional. Não podemos admitir isso, principalmente em um momento como este, de crise hídrica."
Em nota, a Sabesp negou que os "ajustes em seu quadro de pessoal" irão comprometer a qualidade dos serviços prestados.
A paralisação atingirá a Sabesp em meio à grave crise hídrica que atinge a Região Metropolitana de São Paulo. Segundo levantamento Datafolha, feito entre os dias 3 e 5 de fevereiro, 69% declararam que faltou água em suas casas em algum momento nos 30 dias anteriores à pesquisa.
Para lidar com a maior seca dos últimos 84 anos, a Sabesp tem exigido mais dos funcionários. Uma das estratégias da companhia, segundo técnicos, tem sido realizar cortes de água em algumas regiões da cidade, o que exige manobras físicas nas ruas. A empresa afirma que apenas reduz a pressão de abastecimento.
No dia 18 de março, véspera do dia marcado para a paralisação, os trabalhadores voltarão a se reunir para confirmar se manterão o compromisso da greve.
Fonte: iG