A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (9) que as manifestações pedindo seu impeachment precisam caracterizar as razões para o pedido, do contrário, na opinião da presidente, é “ruptura democrática”. “Há que caracterizar razões para o impeachment e não o terceiro turno das eleições”, disse Dilma, após a cerimônia no Palácio do Planalto de sanção da lei que tipifica o crime de feminicídio.
“O que não é possível no Brasil é a gente não aceitar a regra do jogo democrático. A eleição acabou, houve o primeiro e o segundo turno. Terceiro turno das eleições para qualquer cidadão brasileiro não pode ocorrer, a não ser que se queira uma ruptura democrática”, disse a presidente.
“Se se quiser uma ruptura democrática, eu não acredito que a sociedade brasileira não aceitará rupturas democráticas. Acho que nós amadurecemos o suficiente para isso”, disse a presidente que defendeu o direito de manifestação como princípio fundamental.
“Aqui as pessoas podem se manifestar, tem espaço parra isso, e as pessoas tem direito a isso. Eu sou de uma época a gente se manifestasse, fizesse alguma coisa, acabava na cadeia, podia ser torturado ou morto. O fato do Brasil evoluir, passar pela Constituinte de 1988, passar por processos democráticos e garantir o direito de manifestação é algo absolutamente valorizado por todos nos, que chegamos a Democracia e temos que conviver com a diferença. O que nós não podemos aceitar é a violência”, disse a presidente.
No domingo, ao fazer seu pronunciamento por ocasião do Dia Internacional da Mulher, Dilma foi alvo de diversas manifestações em muitas cidades brasileiras, com panelaços e gritos de “fora Dilma”. Há manifestações sendo convocadas para o próximo dia 15, domingo, em várias cidades.
Dilma disse esperar que nenhum protesto rompa com a legalidade democrática. “A manifestação terá a característica de seus convocadores”, disse Dilma.
Fonte: iG