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Food Trucks começam a ganhar ruas de Cuiabá e Várzea Grande

Você já ouviu falar dos 'food trucks', os famosos restaurantes sobre rodas, que já existem há muito tempo nos Estados Unidos? Os novos negócios que contam com a mobilidade, unida a uma identidade visual diferenciada, começam a ganhar espaço em Cuiabá e Várzea Grande. Para a gerente do departamento de vendas do Sebrae-MT, Erika Cunha, a tendência já ganhou o país. Em São Paulo e Brasília os food trucks podem ser vistos em vários lugares e o mercado tende aumentar a demanda de novos empreendedores.

Conforme a especialista em Cuiabá, o negócio sobre rodas ainda está iniciando sua caminhada. Tendência consolidada no exterior que avança por capitais brasileiras, os carros adaptados para preparar e vender comida e bebida nas ruas já começam a ser realidade por aqui. “Os empresários de Cuiabá e Várzea Grande estão começando a investir no negócio dos food trucks. Ainda não temos grandes empreendimentos como em São Paulo que os investidores do ramo já conquistaram cinco ou seis caminhões móveis de suas franquias”, explicou Cunha. 

Outra modalidade de pequeno negócio são as food bikes, ou as foods carts focadas também na mobilidade e atendimento personalizado que servem comidas, em geral porções menores, como doces, picolés, salgadinhos e outros quitutes. “A maioria dos empresários que apostou na ‘comida de rua’, em Cuiabá ainda é formada pelos famosos baguncinhas e espetinhos”, citou Erika. Os baguncinhas são a denominação cuiabana para as tendas ou quiosques montados, normalmente no final da tarde onde se vendem sanduíches e comidas rápidas.

Com visual diferente e atendimento especializado, os food trucks estão profissionalizando o ramo de alimentação de rua e com isso podendo sugerir preços e qualidade superior para os seus clientes. “É a questão da ‘goumertização’ dos lanches e comidas populares. A cada dia mais chefs e cozinheiros estão buscando cursos e profissionalização para alcançar o sonho de gerir seu próprio negócio”, afirmou a especialista.

Um ótimo exemplo dessa modalidade é o conhecido ‘Zé Dog’, que fica na Avenida Isaac Póvoas, em Cuiabá. Com uma clientela fiel e há mais de duas décadas vendendo cachorro-quente em uma praça da via, na região central de Cuiabá, José de Souza (bacharel em direito), conhecido como "Zé Dog", garante a venda de cerca de mil cachorros-quentes por noite, o que lhe rende a arrecadação R$5 mil por dia. Renda que já garantiu sua formatura e de seu filho.

Ele e mais sete pessoas montam o trailer por volta das 19h que só fecha às 7h do dia seguinte. "Tem alguns dias que a gente fica até as 8h, dependendo do movimento de clientes", disse, ao citar que muitas vezes se forma uma grande fila de pessoas aguardando para serem atendidas, durante a madrugada.

Em Várzea Grande, o Lata Velha (um ônibus adaptado para fazer fast food) ganhou um espaço especial montado com contêineres na Avenida Governador João Ponce de Arruda, próximo ao Aeroporto Marechal Rondon. Com lanches de nomes bem sugestivos como Linguissini, Fusca Burger e Mustang Dog, o negócio apostou na inovação e atendimento diferenciado. “Nós aperfeiçoamos a ideia de um colega e adotamos uma nova postura no mercado. Focamos em um produto diferente, já que próximo de onde estamos existem muitos baguncinhas”, explicou o dono do empreendimento, Luiz Ricardo. 

Com a nova identidade visual, o empreendimento alavancou suas vendas. “Ficávamos meio escondidos, em frente ao kart de Várzea Grande. Depois que mudamos nosso local e instalamos, além do ônibus, alguns contêineres para receber os nossos clientes, tivemos uma agradável surpresa no faturamento”, disse Luiz. O lanche conta com 10 funcionários e funciona da 18h à meia-noite, de segunda-feira a domingo.

Assim como eles, o caminhoneiro André Vargas também quer montar seu próprio negócio sobre rodas. “Estou pesquisando preços e me aperfeiçoando para conseguir montar um negócio que ofereça um produto diferente”, contou o autônomo. 

O sonho de André é montar um caminhão que venda sorvete expresso e produtos para o calor. “O plano é ótimo, já que moramos em Cuiabá, a ‘capital do calor’. Mas quero poder ir até meus clientes e alugar meu trabalho para festas empresariais e eventos do gênero”, explicou o empreendedor. Para isso ele terá que investir, aproximadamente, R$130 mil logo no início do empreendimento.

Mas a empreitada não desanima o caminhoneiro: “Estou organizando minhas finanças e me especializando na área de empreendedorismo, há um ano, para conquistar o sonho de ter meu próprio negócio e com isso melhorar minha qualidade de vida”, projetou Vargas. 

Ulisses Lalio

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