Após a demissão da enfermeira que aparece em um vídeo dançando no Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, o diretor administrativo, Geraldo Medeiros, afirmou nesta quarta-feira (4) que a unidade "não é ambiente de descontração". Segundo ele, a funcionária estava em horário de trabalho e foi chamada mais de uma vez para atender aos pacientes, enquanto dançava.
Segundo o hospital, nas imagens publicadas em uma rede social na terça-feira (3), ela dança dentro da Ala Amarela da unidade de saúde. A enfermeira aparece vestida com o uniforme do hospital, onde há a logomarca do governo do estado da Paraíba. Veja o vídeo.
"Aquele vídeo mostra bem que ela estava na vigência do horário de trabalho, o áudio mostra as colegas chamando para ela retirar uma sonda e trocar soro, comprovando que ela estava em plena atividade laborativa e não poderia jamais agir assim. As colegas chamaram duas vezes. Com certeza os pacientes estavam sendo mal assistidos e não podemos ficar omissos como gestores de saúde, diante de uma atitude que está penalizando o paciente, precarizando o atendimento", assegurou o diretor.
O hospital confirmou nesta quarta-feira (4) que a enfermeira e mais três técnicos de enfermagem foram demitidos por conta do vídeo. Segundo a unidade, os profissionais eram prestadores de serviço do local, contratados sem concurso por "excepcional interesse público".
"Assim como os outros, ela estava no hospital há cerca de dois anos. A atitude deles se contrapõe à política da Secretaria de Estado da Saúde (SES), de humanização e resgate da ética do profissional de saude. Se não tivermos conduta ética e humana na assistência ao paciente, teremos com certeza aumento dos erros", explica o diretor administrativo Geraldo Medeiros.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que está acompanhando o caso e que a decisão da diretoria do hospital foi endossada pelo órgão.
Sobre a demissão dos temporários
Em nota, a direção do hospital de Trauma de Campina Grande afirmou que "se sente no dever de manifestar a toda a sociedade paraibana o constrangimento de observar cenas impróprias ao ambiente hospitalar de uma enfermeira e compactuadas por três técnicas de enfermagem, na sala de preparo de medicamentos da Ala Amarela. Simultaneamente, repudia tal atitude de desrespeito ao paciente".
Segundo o diretor administrativo Geraldo Medeiros, a contratação de funcionários por excepcional interesse público vem sendo reduzida ao longo dos anos, principalmente devido à determinação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e realização de concursos pelo Governo da Paraíba. Os funcionários demitidos trabalhavam há cerca de dois anos na unidade de Campina Grande.
"Temos aqui funcionários efetivos e prestadores, de muitos anos, até 15 anos. O TCE exige que o governo promova o afastamento, mas é lógico que não podem ser afastados a um tempo, em detrimento do funcionamento da unidade, e estamos fazendo progressivamente. Por ser um hospital novo, com quatro anos que funciona, quando viemos para cá precisamos emergencialmente de mais de 300 prestadores, agora estamos diminuindo progressivamente e promovendo concurso para entrada de efetivos", explicou o diretor.
Fonte: G1