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Google planeja se tornar operadora e Facebook aposta em app

O primeiro dia de MWC 2015 acabou com uma contradição interessante, quase uma inversão de papeis. Enquanto Mark Zuckerberg falava do projeto Internet.org, cujo principal objetivo é levar conexão para que não tem por meio de apps com acesso gratuito a web, o Google anunciou seus planos de se tornar também uma espécie de operadora de telefonia. 

Vice-presidente sênior do Google, Sundar Pichai anunciou na feira em Barcelona, a maior do setor de mobilidade, os planos do Google de testar aviões-robô movidos a energia solar como torres de celular flutuantes, que poderiam levar cobertura de rede ara áreas remotas ou mesmo zonas de desastre. Na ocasião, Pichai também disse que o Projeto Loon, que utiliza balões de ar em alta altitude para fornecer cobertura em zonas rurais, continua avançado e que eles devem estar prontos para uso em larga escala em dois anos.

"Imagine uma constelação de balões e aviões juntos, que podemos unir e desta forma criar uma malha de torres flutuantes de celular. É isso que estamos tentando fazer", disse o executivo do Google. Pichai também disse que o Google estaria disposto a trabalhar em conjunto com o Facebook em projetos como o Internet.org, por exemplo, mas ressaltou as diferencas existentes entre ambos os presentes.

"Nenhuma empresa pode levar sozinha conectividade em escala para quatro bilhões de pessoas, e estamos felizes em trabalhar com o Facebook para oferecer nossos serviços de busco no Internet.org, é emocionante para mim. Dito isso, é preciso complementar que o que estamos tentando fazer é diferente. Estamos tentando prover a espinha dorsal da rede, conectibilidade física em larga escala para todo o mundo, por isso, é diferente."

No final da tarde do primeiro dia de Mobile World Congress (2), Mark Zuckerberg dividiu com o público que lotava o espaço de conferência suas impressões sobre a internet atual e o projeto que o Facebook encabeça, o Internet.org. Com essa iniciativa, a maior rede social do mundo espera criar novos usuários em países com pouco uso ou acesso precário a internet.

Zuckerberg disse que já lançou aplicativos com serviços gratuitos e básicos em seis países: Zâmbia, Gana, Quênia, Tanzânia, Colômbia e, mais recentemente, na Índia. Segundo ele, o retorno inicial das operadoras de telecomunicações parcerias tem sido positivo, e chamou o app do Internet.org de "uma rampa de acesso" para os serviços pagos. O executivo acredita que esse acesso a serviços básicos de comunicação, saúde, educação e empregos vai ajudar as pessoas a entenderem porque elas gostariam de pagar por dados", disse Zuckerberg disse. 

O app é personalizado para cada país e operadora, de forma a atrair novos usuários, e não prejudicar as empresas de telecomunicações que já possuem um base de clientes que pagam por dados e por alguns desses mesmos serviços. Essa é a razão pela qual o aplicativo do Internet.org não inclui o serviço de mensagens WhatsApp, por exemplo.

A verdade é que tanto Google quanto Facebook querem mais pessoas conectadas, pesquisando e clicando em anúncios. E eles estão encontrando, cada a um sua maneira, formas de fazer isso acontecer: seja com a venda de planos de dados para smartphones e redes flutuantes ligadas a aviões-robôs, seja por meio de parcerias com operadoras para fornecer acesso gratuito a serviços básicos via aplicativo. 

Mario Zanotti, vice-presidente sênior de pperações da Millicom, disse que Internet.org estava funcionando bem e ajudando os negócios da sua empresa no Paraguai. "A internet é um conceito abstrato. Precisamos trazê-lo para a terra", disse ele, que participou da conversa com o CEO do Facebook.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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