A Samsung lançou neste domingo (1º) os smartphones Galaxy S6 e Galaxy S6 Edge, durante o Mobile World Congress (MWC), em Barcelona (Espanha). Os modelos são as mais novas apostas para tentar barrar o avanço da Apple, que começou a apostar em aparelhos com tela grande, e da Xiaomi, que desbancou o reinado da sul-coreana na China.
"Esse produto traz uma única filosofia: a de nos liderar a ser a maior fabricante no mundo", JK Shin, presidente e CEO da Samsung Electronics. "A Samsung acredita no design com um propósito", diz Shin sobre as bordas arredondas e o chassi de metal.
Os novos dispositivos, disponíveis em prata e dourado, mudam de cor conforme manuseados. O design confirma alguns rumores, como o retorno aos acabamentos em metal e as bordas arredondas são muito parecidas com as dos novos iPhones.
"Minha primeira ocupação não é a engenharia, mas eu sei de uma coisa: esse material não se dobra", afirmou Youngh lee, vice-presidente de marketing, sobre os problemas que a Apple enfrentou com o iPhone 6 Plus. Segundo a Samsung, o aparelho de metal é 50% mais forte do que o modelo anterior, o Galaxy S5.
Como o aparelho possui telas curvas, é possível ver quem está ligando mesmo quando a tela está virada para baixo, porque os contatos são dispostos próximos à borda da tela curva, de modo a ficarem visíveis.
O galaxy S6 tem tela de 5.1 polegadas com tecnologia Super AMOLED.
Câmera
A linha S6 vem com câmera frontal de 5 megapixels, bem superior à do Galaxy S5, que era de 2 MP.
A câmera traseira mantém a capacidade de captar imagens de 16 MP, mas terá um estabilizador de movimento, para captar melhor imagens em movimento e feitas em ambientes com baixa iluminação. Esse estabilizador de imagem está presente no iPhone 6 Plus, da Apple.
Já a função de auto focus da linha S6 agora "seguirá" objetos, após focar em um alvo.
Carga de bateria sem fio
A fabricante destacou o carregamento rápido da bateria: bastam 10 minutos para o celular ser carregado com capacidade para 4 horas de duração. Os modelos S6 não terão bateria removível e será possível carregá-los sem fios, via redes Wi-Fi.
Pagamento móvel
A empresa também anunciou um sistema de pagamentos móvel, similar ao Apple Pay. O serviço vai permitir que donos de S6 possam pagar não só por aproximação, mas com cartões de crédito e de débito.
Com previsão de lançamento nos Estados Unidos no meio deste ano, o serviço tem como parceiros as empresas Mastercard, Visa, American Express, Bank of America, Chase, Citi e US bank.
Realidade aumentada
A Samsung também lançou um novo óculos de realidade aumentada, o Galaxy VR s6, com maior resolução.
Samsung em apuros
Acostumada a ser a maior vendedora de smartphones do mundo, a Samsung passa por um momento delicado. Tem de conviver com uma luta em seu quintal e um endurecimento de sua rival histórica, fatos que já começam a impactar nos resultados financeiros da companhia.
Com seus dois novos smartphones, iPhone 6 e iPhone 6 Plus, a Apple registrou um recorde de vendas em 2014 e se tornou a primeira dos Estados Unidos a valer mais de US$ 600 bilhões na bolsa de valores do país. O sucesso dos aparelhos grandinhos levou a Apple a retornar ao posto de maior vendedora de celulares do mundo, ao lado da Samsung, pela primeira vez em 2011.
Como se não bastasse o bom momento de uma antiga preocupação, agora a Samsung tem também que lidar com uma nova dor de cabeça. Fundada há apenas cinco anos, a chinesa Xiaomi tem fome de gente grande. Deixou a Samsung para trás e se tornou a líder de vendas na China. Ao dominar o maior mercado do mundo, a empresa estreante espantou a Samsung de uma região que historicamente sempre foi dominada pela companhia sul-coreana.
O reinado sul-coreano deve ser ainda mais ameaçado, já que a Xiaomi começou a ampliar sua atuação internacional –sim, ela atuava até agora apenas na China. O primeiro ponto de parada foi a Índia, onde a companhia enfrentou alguns problemas, e o Brasil deve ser o próximo.
A Samsung sentiu essa conjuntura no bolso. No último trimestre de 2014, enquanto via suas rivais deslancharem, registrou receita de US$ 48,6 bilhões, 11% menor do que a contabilizada no mesmo período de 2013. O lucro da companhia caiu ainda mais: 36%, para US$ 4,87 bilhões. A derrapada ocorreu porque a área de mobilidade, responsável, entre outras coisas, por smartphones, encolheu 64%. Tantas adversidades colocam o Galaxy S6 em uma posição difícil que poucos aparelhos foram capazes de reverter.
Fonte: G1