Foto: Ednei Rosa
Em tempos de economia de água e preocupação com recursos hídricos, Cuiabá é a 4ª cidade brasileira que mais desperdiça água tratada. O estudo foi divulgado recentemente pelo Instituto Trata Brasil, feito nas 100 maiores cidades do país. Segundo a pesquisa, 65,31% da água são perdidos e o principal motivo do desperdício são os vazamentos.
A CAB, concessionária que assumiu a responsabilidade pelo tratamento e distribuição de água em Cuiabá em 2012, declara que no ano em que a empresa assumiu os trabalhos o desperdício chegou a 70%. Hoje, o índice continua alto: o desperdício no trajeto da água para os domicílios chega a 57%. O motivo alegado não é somente pelo desgaste natural dos materiais usados, mas pela quantidade de fraudes e ligações clandestinas feitas pela população.
A concessionária afirma que um cuiabano consome 458 litros de água por dia, média quase três vezes maior que a do brasileiro, 166 litros. Caso o desperdício se reduzisse a zero, o cuiabano estaria próximo da média do brasileiro. Um artigo publicado pelo professor doutor de engenharia sanitária Welitom Ttatom Pereira da Silva, há quatro anos, diz que o cuiabano consumia em média 174 litros por habitante, não ultrapassando muito a média nacional.
Apesar do alto consumo, Cuiabá ainda não corre o risco de uma escassez de água. De acordo com o coordenador em exercício da Defesa Civil do Município, José Zanetti, o rio Cuiabá possui água suficiente para abastecer a população. “Hoje, o rio Cuiabá está com a altura de 2 metros e meio, dentro da média esperada para esta época do ano”, expõe.
Os mananciais que disponibilizam o recurso para a população de Cuiabá são os rios Coxipó e Cuiabá. Segundo o professor de engenharia Sanitária da Universidade Federal de Mato Grosso Rafael Pedrollo de Paes, é necessário que seja feito um estudo rigoroso sobre o assunto, pois os recursos hídricos são finitos.
Há quatro anos foi apresentado o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) de Cuiabá, e dentre os seus principais objetivos está o de garantir a qualidade de água potável à população e a regularidade na prestação de serviço.
Para o professor, há falhas no plano: “A maneira como extraímos a água do rio continua a mesma que há 25 anos. É necessário um planejamento prévio apontando onde serão os pontos de captação, por exemplo. Planos emergenciais de curto, médio e longo prazo”.