A movimento nacional “Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida” promoverá, no dia 7 de abril deste ano em Cuiabá, um seminário para discutir as ações que a Campanha realizará em 2015 em Mato Grosso. A data foi escolhida porque, além de ser o Dia Mundial da Saúde, marcará os quatro anos de luta do movimento no combate ao uso de agrotóxicos no País.
Na programação do Seminário em Cuiabá será apresentado o planejamento que os membros e entidades que compõe a “Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida” elaborarão durante o Encontro Nacional que ocorrerá no final deste mês, no Rio de Janeiro. Entre os temas que serão discutidos na cidade carioca está a participação do movimento na 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e na terceira fase da Conferência Nacional de Saúde, ambas ocorrerão em Brasília, no próximo mês de novembro.
Segundo a agrônoma Franciléia de Paula, líder regional da Campanha em Mato Grosso, o seminário discutirá a questão política que envolve o uso de agrotóxico no Brasil, tendo em vista que 50% do Congresso Nacional é composto pela bancada ruralista que há décadas vem apoiando o modelo de agricultura baseado no uso de plantas transgênicas e de agrotóxicos. Apoio que traz consequências desastrosas para saúde da população brasileira e para o meio ambiente.
O evento servirá também para divulgação de pesquisas sobre as consequências do uso de agrotóxicos em Mato Grosso, em especial do glifosato utilizado abusivamente na pecuária, na agricultura e até em áreas indígenas. Estudos internacionais recentes apontam que o glifosato pode danificar embriões, causar câncer e alterações hormonais, como o retardamento da puberdade em adolescentes, a afirmação é de Heike Moldenhauer, especialista em transgênicos da Federação para o Meio Ambiente e Proteção da Natureza da Alemanha (Bund).
Erlon Bispo, coordenador do Espaço Vitória – projeto patrocinada pela Petrobras que incentiva a agroecologia – espera que a exemplo do seminário da “Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida” realizado ano passado na UFMT, a programação do evento deste ano mostre novamente a viabilidade das inúmeras iniciativas que propõe, “a transição do modelo convencional, baseado na ocupação de pouca mão de obra, uso intensivo de máquinas e produtos químicos, para o modelo agroecológico praticado em pequenas propriedades, com capacidade de empregar mais mão de obra, dinamizar economias e abastecer o mercado com alimentos saudáveis, produzidos de maneira cooperativa e sustentável”. Iniciativas que, segundo Erlon Bispo, vem obtendo bons resultados em todo o País.