Pesquisadores da Universidade do Estado de Washington, nos Estados Unidos, descobriram que as pessoas podem ser mais influenciadas por comentários na internet do que por campanhas públicas sobre a importância da vacinação, provenientes de organizações confiáveis.
Esse é o primeiro estudo que investiga como os comentários de internet de indivíduos cuja profissão ou especialidade é desconhecida impactam as opiniões que as pessoas têm sobre vacinação.
A pesquisa americana consistiu em dois experimentos. No primeiro, os pesquisadores mostraram dois anúncios online fictícios para 129 participantes. O primeiro anúncio, pró-vacina, foi projetado para que os participantes pensassem que ele tinha sido feito pelo Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, enquanto o anúncio antivacina parecia ter sido feito pelo Conselho Nacional de Informações sobre Vacina (NVIC).
Os anúncios foram seguidos por comentários de autores fictícios, que expressaram pontos de vista pró e antivacina. Os participantes não tiveram nenhuma informação dos comentaristas e foram usados nomes unissex para evitar potenciais opiniões distorcidas com relação a gênero.
Origem desconhecida
Depois de ver os anúncios e comentários, as pessoas expressaram em questionários a probabilidade de tomarem vacina e vacinarem os membros das suas famílias, assim como suas opiniões sobre vacinação. Resultados mostraram que os entrevistados foram igualmente persuadidos pelos anúncios e pelos comentários, mesmo sendo de origem desconhecida e sem credibilidade.
No segundo experimento, os pesquisadores afirmavam que os autores fictícios dos comentários eram um inglês estudante de literatura, um lobista especializado em questões de saúde e um médico especialista em doenças infecciosas e vacinas e submeteram os participantes ao mesmo questionário. Diante dessa experiência, os pesquisadores concluíram que os participantes acharam os comentários dos médicos mais impactantes do que os anúncios oficiais.
A pesquisa mostrou o que os pesquisadores alegaram saber há tempos: as pessoas levam mais a sério a comunicação boca a boca do que as propagandas oficiais e a influência que os comentários, dessa vez analisados sob a ótica online, foram impactantes na formação de opinião da população estudada.
Fonte: iG