A Sabesp pode adotar rodízio de cinco dias sem água por semana se o volume de chuvas não aumentar no Sistema Cantareira, afirmou o diretor metropolitano da companhia, Paulo Massato Yoshimoto, em visita a Suzano, ao lado do governador Geraldo Alckmin. A medida seria adotada em situação extrema.
Yoshimoto diz que a medida complementa ações já adotadas, como redução da pressão e pedido de diminuição do consumo pela população. No evento, Alckmin não deu declarações sobre o rodízio. O governador falou da transferência do rio Guaratuba para o sistema Alto Tietê e sobre as obras de transferência da água da Represa Billings.
O diretor da Sabesp explicou as condições para implementação do rodízio 5×2.
"Se nós tivermos que retirar somente 10, 12 metros cúbicos por segundo, seria necessário implantar rodízio de dois dias com água, cinco dias sem água. O equivalente a isso para ter uma economia necessária lá no Cantareira e não deixar que [o nível] continue caindo."
Segundo o diretor, a implementação da medida vai depender da análise dos órgãos regulardores de recursos hídricos.
"Se a Agência Nacional das Águas (ANA), o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), que são os órgãos reguladores de recursos hídricos, chegarem à conclusão nos seus estudos que a Sabesp tem que retirar muito menos do que ela está retirando do Cantareira, a solução no limite seria a implantação de um rodízio muito drástico", disse Yoshimoto.
O diretor declarou que as medidas já adotadas reduziram a vazão do Cantareira.
"Com essa tecnologia, com a adesão da população reduzindo o consumo e mais as transferências [de outros reservatórios], nós estávamos produzindo no Cantareira 32 metros cúbicos por segundo. Hoje nós estamos produzindo 16,5 metros cúbicos por segundo. Então, para fazer um rodízio, nós teríamos que fazer um rodízio muito pesado. Se as chuvas insistirem em não cair no sistema Cantareira, seria uma solução de um rodízio muito pesado, muito drástico."
Planejamento
O diretor da Sabesp disse que o planejamento inicial para a falta de água começou em dezembro de 2013 e que a foi evitado que a falta de água ocorresse já no ano passado.
"Qual era nosso planejamento? Que a partir de outubro, na primavera, ocorresse pelo menos as vazões mínimas das mínimas históricas. Acontece que o ano hidrológico 2014/2015 está sendo mais crítico do que foi 2013/2014. Está chovendo muito menos em outubro de 2014 do que choveu em outubro de 2013. Então sucessivamente estamos batendo novos recordes de baixas precipitações."
Fonte: G1