Cidades

Motoristas de ônibus param em Curitiba

Motoristas e cobradores decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir da madrugada desta segunda-feira (26) em Curitiba e Região Metropolitana. A paralisação já tinha sido anunciada pela categoria desde sexta-feira (23), quando os funcionários fizeram um protesto com nariz de palhaço para reclamar de atrasos no pagamento do adiantamento salarial – conhecido como "vale".

Segundo a categoria, o percentual de 40% do valor do salário não foi pago integralmente. Mais de dois milhões de usuários dependem dos 1.945 ônibus de 356 linhas do Transporte Coletivo Metropolitano Integrado (RIT).

Embora a Justiça do Trabalho tenha determinado o funcionamento de 70% da frota nos horários de pico, apenas duas empresas metropolitanas – Araucária Metropolitana e Reunidas – mantiveram atendimento no primeiro horário da manhã. O ônibus Executivo Aeroporto também não estava funcionando nas primeiras horas do dia.

O Sindicato de Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) alegou que não cumpre com a decisão da Justiça sobre a frota mínima porque não foi notificado oficialmente da decisão. De acordo com a determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), além dos 70% dos ônibus nos horários de pico – das 5h às 9h e das 17h às 20h – 50% também deve circular no restante do dia.

Caso haja descumprimento da decisão judicial, o Sindimoc estará sujeito a multa de R$ 50 mil por dia. A mesma penalidade será aplicada ao Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) se não disponibilizar a quantidade de veículos necessária para funcionamento da frota mínima.

O atraso nos pagamentos, conforme o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), ocorre por conta de um impasse entre a Urbanização de Curitiba (Urbs) e a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec). Atualmente, os salários de cobradores e motoristas de ônibus são, respectivamente: R$ 1028,11 e R$ 1814,94.

Negociação
Uma audiência de conciliação, tentativa de resolver esse impasse, foi marcada para as 17h desta segunda-feira na sede do TRT. Devem comparecer à audiência representantes do Ministério Público do Trabalho, Prefeitura de Curitiba, Governo do Estado, Sindimoc, Setransp, Urbs e Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec).

Na sexta-feira, a prefeitura informou que, a partir de agora, vai cuidar do pagamento das linhas urbanas, conforme definido em licitação de 2010, realizada pelo então prefeito Beto Richa (PSDB), e que o governo do estado deve se responsabilizar pelo pagamento das empresas metropolitanas.
Já o governo estadual alegou, em nota, que tem procurado a prefeitura para negociar a readequação e renovação do convênio que permite a Urbs gerir transporte coletivo.

Cadastro de veículos alternativos
A Urbs irá cadastrar, a partir das 6h desta segunda, carros particulares e taxistas para atuar durante a greve, além de 200 carros oficiais que farão o transporte de passageiros gratuitamente. O cadastramento será realizado na Área de Inspeção e Cadastro da Urbs, localizada na ponta interna da Rodoferroviária de Curitiba.

Os carros de transporte alternativo podem cobrar o valor de R$ 6 por pessoa enquanto durar a paralisação.  Os veículos cadastrados pela Urbs têm autorização da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) para usar as canaletas do sistema expresso durante a paralisação.
A Rodoferroviária fica na Avenida Presidente Affonso Camargo, 330 – Jardim Botânico.

Fonte: G1

Redação

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