Após o resultado recorde de pelo menos 500 homicídios registrados entre Cuiabá e Várzea Grande, em 2014, a Secretaria de Segurança Pública iniciou, nesta quinta-feira (22.01), uma ação integrada com a Polícia Judiciária Civil, Polícia Militar e Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), no enfrentamento aos homicídios na região metropolitana. O grupo deliberou que políticas públicas paralelas às ações da segurança deverão ser desenvolvidas com urgência.
Trata-se de um “Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Homicídio”, criado de forma permanente que se reunirá sob a coordenação da Sesp, na estratégia de enfrentamento dos crimes violentos em todo o Estado.
A situação é preocupante, uma vez que entre os meses de janeiro a novembro de 2013 foram apresentados na seção de estatística criminal da Polícia Civil 316 homicídios, contra quase 500 no mesmo período de 2014.
Conforme a estatística, abril e novembro do ano passado foram os meses mais violentos nas duas maiores cidades do Estado. Em Cuiabá foram 27 crimes em abril e 27 em novembro, sendo que em Várzea Grande foram 24 e 26 mortes respectivamente nesses meses.
A estratégia é uma maior presença da Polícia Militar em locais identificados pelo serviço de Inteligência como pontos reiterados de ocorrências de homicídios nos dois municípios, além de maior potência nas investigações conduzidas pela Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), nos casos de homicídios dolosos.
Segundo o secretário Executivo de Segurança Pública, Fábio Galindo, a Inteligência também apontou que a maior parte dos homicídios ocorridos na Baixada Cuiabana estão relacionados ao uso de drogas ilícitas e lícitas, sobretudo o álcool.
Foi deliberada que a responsabilidade será compartilhada com a saúde municipal e estadual. Portanto, as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande deverão ser integradas no trabalho de fiscalização dos estabelecimentos e na melhoria nos equipamentos públicos como iluminação pública e políticas de inclusão social para os jovens de baixa renda.
Quanto às ações da Politec, o gerente de Perícia em Mortes Violentas da entidade, Daniel da Costa, explica que estarão focados na melhoria da preservação e isolamento do local de crime, para garantir que os vestígios processados sejam realmente do autor do crime e assim ajudar nas investigações investigados da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP).
Já dentro do polo ideal de Polícia Inteligente, que é uma prioridade desta gestão, foram apresentados três bancos de dados com a nova política de repressão qualificada: Banco de Dados de DNA (Codis), Banco de Dados de Impressões Digitais (Afis) e o Banco de Dados de Projeteis de Arma de Fogo (Sisbala).
Cenário de 2014
Seguindo a ordem cronológica, dentre os crimes mais violentos está na invasão da casa de câmbio, numa tentativa de assalto na Avenida Getúlio Vargas, em 24 de fevereiro, onde morreram baleados a funcionária Karina Fernandes Gomes, 19 e o policial militar Danilo César Fernandes Rodrigues, 27.
Karina foi atingida na cabeça e morreu sentada em sua mesa. O policial militar foi atingido no ombro e morreu a caminho do Pronto Socorro Municipal.
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Em 7 de julho, outro crime de bastante repercussão foi o assassinato do ex-secretário de Infraestrutura do Estado, Vilceu Francisco Marchetti, 60, em sua fazenda no Distrito de Mimoso. O caseiro Anastácio Marafon, 53, confessou o crime, que teria sido motivado por ciúmes, já que Marchetti teria “mexido” com a esposa do acusado.
Outra tragédia foi o duplo assassinato de duas adolescentes no bairro Jardim Umuarama, na noite do dia 4 de outubro. As garotas, Polyana Alessandra de Araújo Alves, 14, e Luzinete Lemos Rodrigues, 16, foram brutalmente assassinadas, onde foram encontradas nuas e com sinais de espancamento.
O auxiliar de serviços gerais, Diego José da Silva, 20, ex-namorado de Polyana, foi preso pelo crime. Ele não aceitava o fim do relacionamento.
