Foto: Andre Romeu
Após a identificação de diversos problemas na estrutura da Arena Pantanal, o governo de Mato Grosso anunciou na manhã desta quinta-feira (22) o fechamento do local, para serviços de reparo. Entre os danos encontrados estão: pragas e fungos no gramado do campo, infiltrações nas paredes, goteiras no teto, danos hidráulicos nos banheiros, elevadores que não funcionam, além de danos na parte elétrica, entre outros.
Na tarde desta quarta-feira (21), o secretário extraordinário do Gabinete de Projetos Estratégicos, Gustavo Oliveira, esteve na Arena Pantanal junto com membros da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros para mais uma análise da situação com base no relatório da Controladoria realizada pelo gabinete. Dentre vários problemas, também foi detectado transtornos com a descarga dos banheiros, bem como falta de água. Além de elevadores e aparelhos de ar-condicionado que não funcionam, o gramado do campo apresenta pragas e fungos.
O abandono do último governo estadual também é visto em outros setores da Arena, como no túnel que dá acesso ao estacionamento subterrâneo do estádio, que com a queda de fortes chuvas acaba ficando alagado.
A parte elétrica do local é outro ponto problemático; a população que aproveita a área externa do espaço para a realização de práticas esportivas ao ar livre já reclama das quedas de energia frequentes.
Além disso, a fiação já causou a morte de uma égua da cavalaria da Polícia Militar, que não resistiu a uma descarga elétrica ao pisar na grama onde há postes com câmeras do CIOSP, próximo à Arena.
O fechamento do estádio chegou a colocar em risco a realização de alguns jogos do Campeonato Mato-grossense de Futebol, como a partida de estreia do estadual. Mas, a assessoria do governo afirmou que ainda há a possibilidade dos jogos pré-marcados acontecerem. O campeonato está previsto para ser realizado entre os dias 1º de fevereiro a 03 de maio.
Problemas no campo
Sete meses após a realização de quatro jogos da Copa do Mundo de Futebol em Cuiabá, o gramado da Arena Pantanal começou a apresentar graves problemas no início de 2015.
Pragas e fungos tomaram conta do local devido à falta de cuidados do Governo de Mato Grosso. Sob a responsabilidade da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) até o fim de 2014, o local ficou praticamente largado desde o final do mês de novembro, quando o estádio recebeu a sua última partida.
Preocupados com o começo do Campeonato Mato-grossense, que se inicia em 1º de fevereiro, a Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) havia assumido temporariamente a manutenção da área. Desta forma, a recuperação do gramado já está sendo feita, como irrigação, adubação e corte.
A tentativa da Federação é de que o campo não seja uma reclamação de jogadores e times, como aconteceu durante o campeonato mundial de futebol em 2014, quando o técnico da seleção da Bósnia, Safet Sušić, apontou as condições do gramado como um dos fatores que contribuíram para o desempenho ruim de seus atletas.
Conforme levantamentos, o custo mensal para a manutenção do campo gira em torno de R$ 15 mil.
Solução
Às 16h, o secretário de Projetos Estratégicos, Gustavo Oliveira, vai conversar com a imprensa, na Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) para explicar os problemas encontrados na Arena Pantanal e o prazo que pretende concluir os reparos.
A construtora detentora da licitação das obras do complexo, a Mendes Júnior, é quem deverá fazer os reparos de imediato, para que o campeonato seja realizado. Após ela continuará as obras que ainda não foram finalizadas, tendo em vista a suspensão de todos os contratos pelo Governo do Estado de Mato Grosso.
No início de fevereiro também será realizada uma audiência pública para apresentar o resultado do diagnóstico da auditoria que está em processo pelo Gabinete de Projetos Estratégicos.
Segundo o balanço publicado na matriz de responsabilidade do Mundial de 2014, a construção da Arena Pantanal consumiu R$ 596,4 milhões. A previsão inicial era que o estádio custaria R$ 591,1 milhões. Do total, R$ 258,5 mi foram gastos pelo governo local e R$ 337,9 mi vieram de financiamento federal via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O alto custo com a manutenção do Complexo da Arena Pantanal, de aproximadamente R$ 700 mil por mês, foi um dos motivos para que o ex-governador Silval Barbosa iniciasse o processo de concessão do estádio.
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